Ao comprar um
apartamento, muitos nem sabem que há um fator que encarece a taxa de condomínio
e o preço do empreendimento. São as Estações de Tratamento de Esgoto (ETE), que
devem ser construídas pelas construtoras em áreas em que não há saneamento
básico, até mesmo para que o imóvel possa ser liberado para venda.
Segundo o presidente do
Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), André
Montenegro, o custo dessa obra para o empreendimento varia de R$ 200 mil a R$ 2
milhões. “Estações particulares são caras e oneram taxa de condomínio. A solução
ideal é passar a rede por toda Fortaleza, que o esgoto tenha destino final
adequado, com tratamento”, avalia.
Portanto, ter um terreno
em área saneada é um diferencial competitivo que barateia o custo da obra.
Porém o déficit da Capital é grande, tendo 43% do seu território ainda sem
cobertura de esgoto, conforme dados da Companhia de Água e Esgoto do Ceará
(Cagece), o que atinge diretamente o mercado imobiliário.
Quem constrói
Um exemplo de empresa
que se preocupou em construir estações em seus empreendimentos foi a Cameron
Construtora. O diretor técnico da empresa Germano Câmara defende que ela foi a
pioneira a utilizar ETE na região do
Porto das Dunas, em Aquiraz, onde não há cobertura de esgoto. O Portamaris
Resort e o Paraíso das Dunas Resort são exemplos de construções.
Além de uma mera obra, a
construção de uma ETE está entre as preocupações do mercado imobiliário,
seguindo a tendência de investimento em tecnologias dentro do contexto
sustentabilidade. Como, no caso da estação, da utilização do sistema
Revolution, que conta com operações semi-automatizadas e foi desenvolvido para
ocupar menor espaço por vazão produzida com melhor rendimento hidráulico,
conforme informa o diretor da ACS Engenharia Ambiental, Adler Crispim.
Ele explica que a fase
ideal para o planejamento dos sistemas de tratamento de efluentes é antes das
obras do empreendimento. “Quando atuamos na concepção do projeto, evitamos
erros de dimensionamento. O projeto concebe a estrutura, o local em que vai ser
aplicada a tecnologia”, diz o engenheiro, especialista em saneamento e meio
ambiente. “Nesse momento, começam as decisões: vou tratar, vou reutilizar?
Existem condomínios aqui já bem modernos nesse aspecto.
Adler afirma que os
sistemas de tratamento de efluentes são confeccionados com material compósito,
de fibra de vidro com resinas de engenharia. “São materiais que não sofrem
degradação. Evita que eu fique refazendo ou não tenha longevidade”. Ele orienta
que é o mais adequado ao que vai se submeter, já que o efluente é muito
agressivo.
Saiba mais
A ESTAÇÃO DE tratamento
de esgoto (ETE) é necessária quando
não há disponibilidade
de rede pública de esgoto na região.
O QUE DIZ A SEUMA
1. Quando há rede
pública de esgoto disponível, o responsável deverá desativar a ETE e se
interligar à rede.
2. A estação é indicada
para edificações multifamiliares e comerciais de grande porte.
3. O equipamento é
importante para que os recursos hídricos e o solo não sejam prejudicados com
efluentes não tratados, informa a Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio
Ambiente (Seuma).
Fonte: Imóveis – Jornal O povo (28/ 01/ 15)
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