Entrevista concedida a Ricardo Costa (Revista
Litoral Leste)
Iniciamos nossa série de Entrevistas Exclusivas
com os Pré Candidatos a Prefeito da nossa região, o primeiro entrevistado é Joaquim
Paiva do PPL de Aquiraz.
REVISTA
LITORAL LESTE - Primeiramente uma pergunta simples, mas que é
primordial: Quem é você?
JOAQUIM
PAIVA - Olá, sou Joaquim Paiva, um
jovem aquirazense, nascido e criado nessa encantadora cidade, Aquiraz, de que
muito amo. Moro, desde que nasci, há 34 anos, numa casa histórica, em frente à
Praça das Flores, no centro da cidade;e studei a vida inteira em escolas do
município, com exceção de um ano que estudei na escola Ana Bezerra de Sá, no
Eusébio, até a conclusão do Ensino Médio, passei pelo Instituto Castro, colégio
das Irmãs, CNEC, Grupo Velho e Telina, onde conclui o Ensino; sou servidor
público concursado da Prefeitura de Aquiraz, há 16 anos; estudo Comunicação
Social - Publicidade e Propaganda, na Faculdade Sete de Setembro - FA7 e tenho
planos de continuar com uma nova graduação no curso de Jornalismo; gosto de
escrever muitos textos reflexivos e poesias, das quais exponho nas redes
sociais; escrevo para o blog “AGAGE Aquiraz”, da ONG Associação Gente Ajudando
Gente, sem fins lucrativos, na qual faço parte desde seu início, em 2008, no
cargo de Relações Públicas. Atualmente coordeno os ônibus universitários do
município e intermedeio a vinda de um curso técnico (eletrotécnica) para a cidade;
sou defensor e preservador ferrenho de nossa história e de nossa cultura, em
absoluta desassistência pelo poder público, onde realizo um apanhado de
depoimentos e registros que cunho cultural e histórico; sou coordenador da Copa
das Comunidades, uma competição de futebol society, com duração de seis meses,
entre bairros da sede do município, promovido pela ONG AGAGE. Sou um cidadão
simples, humilde, dedicado a minha cidade e cheio de vontade de cuidar do nosso
município.
RLL - Lê
livros? Qual o último que leu e qual o seu favorito?
JP - Sou apaixonado pela leitura. Desde criança eu
observava meu pai ler jornal, o que me estimulava o gosto pela leitura,
arriscando-me decifrar o festival de letras trazidas nos jornais e ele, por sua
vez, motivava-me bastante. A partir de então, quando começa a dominar as
primeiras letras, comecei a ler revistas em quadrinho e os vários livros que
havia na estante da sala de minha casa. Quando adolescente, em séries mais
avançadas do colégio, costumava ler os livros passados pela escola, dentre
eles, Triste Fim de Policarpo Quaresma (Lima Barreto), Quincas Borba (Machado
de Assis), Eu e Outras Poesias (Augusto dos Anjos) e uma série de obras de
autores brasileiros. Possuo vários livros, dos quais, vez em quando, os saboreio.
Ultimamente, tenho lido livros voltados a minha área, Comunicação (Marketing,
Publicidade, História, Filosofia etc.), mas um livro me chamou a atenção pela
trama bem elaborada por seu autor, A Menina que Não Sabia Ler, de John Harding.
É um livro que comprei por acaso, que costuma fazer parte do que costumo ler,
mas que o delicio com muita vontade sempre que posso. O último livro que li foi
História Concisa do Brasil, de Boris Fausto. Hoje, estou lendo Os Sertões, de
Euclides da Cunha, no qual consumirei alguns meses para concluí-lo, dado o
tempo que dedicarei às eleições que se aproximam. Não há um livro favorito, mas
posso dizer que sou muito fã de alguns autores nacionais e internacionais como
Kant, Nietzsche, Adorno, cujas obras, frequentemente as aprecio.
RLL - Qual o meio de comunicação que mais utiliza para se
manter informado?
JP - Sem dúvidas, a Internet. Embora, em alguns casos,
duvidosas as fontes dos conteúdos, muitos sites levam a sério a veracidade das
informações. Vejo os jornais online, principalmente o Observatório de Imprensa
(observatoriodaimprensa.com.br), a Biblioteca Diplo (diplo.org.br). Acompanho
com muita freqüência as redes sociais, Facebook, por exemplo, onde costumo
consultar os links de informações relevantes (educacionais, culturais,
ambientais, sociais, políticas etc.). Claro, assisto aos noticiários de TV,
mais precisamente a TV Cultura (canal 5), TV Brasil e sempre consulto os
jornais impressos da região.
RLL - Conte-nos um pouco sobre como ingressou na vida política
e como a mesma interfere no seu cotidiano.
JP - Sempre fui um admirador das grandes lutas do povo
brasileiro. A Ditadura Militar (1964-1984), mais recente, apesar de eu não ter
presenciado, por ainda nem ter nascido, chamava-me a atenção pela luta dos
nossos patriotas que defendiam as causas sociais e os interesses da Nação
(professores, estudantes, profissionais liberais e simpatizantes). Posso dizer
que a história passada durante a ditadura aguçou em mim ainda mais sede por
justiça, aliada aos ensinamentos de meu pai sobre a dignidade humana e a
honestidade. O Impeachment do ex-presidente Collor, em 1992, que eu pude
acompanhar, só aumentou meu sentimento de luta. Enfim, sempre participei de
movimentos estudantis e, entre 2001 e 2002, ingressei no movimento juvenil da
JPS – Juventude Popular Socialista, do PPS, onde participei de vários
movimentos aqui no Ceará e em outras regiões do país. De lá para cá não parei
mais a minha luta social em defesa do bem comum e contra a corrupção, sempre
devastadora. Sempre fui e sou em favor do voto consciente, sempre escolhi
candidatos que eu considerava digno - quando isso era possível – em todas as
eleições em que votei, alguns deles sequer sabiam que votei neles. Contudo,
minha adesão ao mundo político começou em mim sem eu mesmo perceber, passei a
dedicar boa parte da minha vida pessoal a essas causas e, hoje, sou visto e
tido como uma alternativa de renovação.
RLL - A qual partido está filiado? É o primeiro ou já fez
parte de outras siglas? O que a fez ingressar neste partido?
JP - Estou filiado ao Partido Pátria Livre - PPL, um
partido novo no país, com apenas três anos de existência, porém, com uma
história de décadas. Somos remanescentes do Movimento Oito de Outubro - MR8,
uma organização de combate à ditadura militar, cujo ícone era o grande
revolucionário Che Guevara.
Já fiz parte do Partido Popular Socialista -
PPS, entre 2003 e 2007, acredito e, em de 2008, filiei-me ao Partido
Progressista - PP, pelo qual tive a oportunidade de concorrer ao cargo de Vereador
nas últimas eleições municipais, onde fiquei como quarto suplente. No PP, após
a vitória de um de nossos companheiros, em atual mandato, e após ele assumir o
poder, permaneci por um ano, saindo dele pela impossibilidade de por em prática
inúmeros planos e projetos. Fiquei por mais de um ano sem filiação alguma, já
com a ideia de não mais participar de qualquer partido, pois eu não mais
acreditava neles, até que surgiu para mim o Partido Socialismo e Liberdade -
Psol, cujos princípios, ideologia e história logo me conquistaram. Era a
renovação da minha esperança num partido político. Cheguei a participar dos
encontros estaduais do partido e a organizar a vinda ele ao Aquiraz.
Entretanto, não cheguei a me filiar de fato. As eleições presidenciais de 2010 foram
fortemente focadas pelo partido, que teve o meu voto integralmente em sua
chapa. Nesse meio termo, após inúmeras conversas com os militantes do Pátria
Livre, alguns com os quais participei de movimentos, anos anteriores, decidi
aderir ao partido, mesmo com uma imensa vontade de permanecer do Psol.
RLL - Já exerceu algum cargo público, eletivo ou não? Se já
exerceu, qual a sua visão sobre esta função?
JP - Sim. Em 1995, a Prefeitura de Aquiraz lançou um
concurso público para vários cargos, dentre eles, cinco vagas para o de Agente
de Cadastro Imobiliário. Consegui a segunda colocação, fui chamado em julho de
1996 e, na prefeitura, permaneço até hoje. Ainda em 1996, participei do
concurso do IBGE, os censos Demográfico e o Agropecuário, exercendo a função de
Recenseador, temporariamente. Tal feito se repetiu nos dois censos seguintes,
em 2000 e em 2007, onde passei no concurso para a mesma função.
Em relação a minha função como servidor público,
só tenho tido ganhos com ela, pois a experiência de 16 anos me engrandeceu e
contribuiu imensuravelmente como profissional e cidadão. Tive a oportunidade de
trabalhar em diversas áreas da Prefeitura, em várias secretarias, na Finanças,
meu setor de origem, na Educação, na Cultura, na Assistência Social. Em todo esse
tempo, assumi a Coordenação de Patrimônio e de Almoxarifado em duas gestões
municipais, fui Coordenador de Cultura, onde eu pude ter uma afinidade maior
com a história de minha cidade e pude coordenar um cinema ao ar livre, no
antigo Mercado da Carne, fui Assessor da Secretária de Assistência Social, fui
Membro da Comissão de Licitação e fui Assessor de Gabinete da Prefeita durante
cerca de seis anos, entre 2003 e 2008, ajudei a planejar a organização e
controle de Convênios, nesta gestão, participei do Projeto Orla, em 2010,
intermediei a entrega do Mercado Público de Aquiraz e estou defendendo as
causas dos antigos permissionários da carne, peixe e verduras que logo ganharão
um prédio próprio e adequado as suas atividades, coordeno, atualmente, os ônibus
universitários, além de muitas outras funções no âmbito administrativo
RLL - Por que gostaria de administrar o município de
Aquiraz?
JP - Porque vejo a possibilidade real, embora difícil, do
povo, finalmente, assumir o poder e fazer o que de fato interessa diretamente
ao povo e à sociedade aquirazense. Representamos bem o povo e temos a
capacidade moral, ética, intelectual, profissional de gerir uma administração
pública. Não estamos sós e temos a facilidade e competência para montarmos uma
equipe de profissionais qualificados, do próprio município, já que não teremos
indicações de padrinhos políticos, que interferem diretamente na gestão
pública, colocando pessoas desqualificadas, geralmente parentes ou fantasmas,
uma fez que nossa campanha será financiada pelo próprio povo. Quero administrar
minha cidade por eu sentir o imenso desejo de transformação e mudança nas
melhorias ao nosso povo, por eu ter conhecimento profundo da realidade de minha
terra e capacidade de encontrar as melhores soluções para ela. Por eu ter uma
vida digna, ilibada, honesta e por minha experiência na vida pública e
conhecimento suficiente para erguer a nossa história, o progresso da cidade de
Aquiraz. Porque sei que saberei cuidar bem de minha cidade, sem interesses
próprios e com o intuito único e exclusivo de fazer o melhor por nossa cidade.
RLL - Qual seria o foco de uma possível gestão sua?
JP - Começaria dentro de casa (prefeitura) para poder
oferecer um bom serviço aos que a ela procuram (o povo), ou seja,
trabalharíamos a preparação e a requalificação, se for o caso, somada à
inserção de grandes profissionais, da própria localidade, o que permitiria,
além do conhecimento, trazer consigo a bagagem do amor pela terra, para que
fosse dado ao público o melhor atendimento possível e que facilitasse a solução
dos problemas ou questionamentos que à prefeitura chegassem, principalmente, um
atendimento de qualidade na área da saúde, uma das áreas com maiores índices de
reclamação. Em alguns casos, principalmente, quando o funcionário é um
contratado indicado por padrinhos políticos, esquece-se que trabalhamos para o
povo, sobrando ao povo, arrogância, desrespeito e um mau atendimento. Faz parte
desse foco a implementação do Plano de Cargos e Carreiras – PCC, tão esperado
por nós servidores públicos.
Já no âmbito geral, estudaremos o orçamento do
município para que, a partir dele, possamos realizar as melhores ações e
programas a fim de efetivamente aplicarmos bem o dinheiro público e evitar os
desperdícios. A Juventude, sem dúvidas, será o nosso maior foco, claro, não
esquecendo nossas crianças e a terceira idade, pois vimos na juventude um
segmento totalmente desassistido, sem quaisquer políticas públicas voltadas
para ela. É comum encontrarmos pelas ruas da cidade, em todos os cantos da
cidade, jovens sem perspectivas de vida, com desgosto pelos estudos, sem opções
de lazer e sem diversidade esportiva, já que tudo é direcionado exclusivamente
ao futebol, sem oportunidade de trabalhar, pois não há qualificação,
tornando-os alvos fáceis de inserção nos caminhos mais obscuros. Falamos com
maior atenção da juventude por ser o segmento mais atingido e desprotegido. O
mesmo trato se dará às crianças e àqueles que cuidaram de nós a vida inteira e
que, hoje, deliciam a melhor idade, nossos vovôs e vovós. Sabemos, portanto,
que os jovens não estão totalmente alienados e sabemos, ainda, que muitos
jovens - e não apenas jovens - têm uma capacidade fora do comum e que serão
vistos pela administração públicas, principalmente os estudantes dos ensinos
técnico e universitário, em curso ou graduados, além de identificarmos aqueles
profissionais com talentos imensos e que não tiveram a oportunidade de uma
educação de qualidade. Trabalharemos pesado, dentre outros casos da educaçao,
no Ensino Técnico e, sobretudo, no Ensino Superior. Queremos que os nossos
estudantes concluam o Ensino Médio e tenham a chance de ingresso no Superior.
Educação de qualidade será o nosso foco, aliada
à cultura, ao lazer, aos esportes e à geração de emprego e renda que contemplarão
um conjunto de ações, será bem trabalhada e que abrirá as portas à construção
social ou, melhor falando, à inclusão social. No caso da saúde, com uma boa
equipe espalhada pela cidade, trabalharemos fortemente na prevenção e não no
tratamento final, na remediação, oneroso ao município e arriscado aos
munícipes. Na segurança, ampliaremos e daremos as melhores condições à Guarda e
à Agência de Trânsito municipais, criando núcleos em todos os distritos da
cidade, além da intermediação que tentaremos com o Governo Estadual para
ampliação do efetivo em nossa cidade. Temos tudo pensado e estamos fazendo um
levantamento das reais necessidades de nossa cidade.
RLL - Por fim, gostaria que você fizesse suas considerações
finais nesta entrevista. De antemão, o Blog Revista Litoral Leste agradece a
sua participação e deseja boa sorte na sua empreitada.
JP - É uma enorme satisfação participar desta simples e bem
elabora entrevista, tão rica de intenções. Agradeço à equipe da Revista Litoral
Leste pelo excelente trabalho que vem realizando e torço para que essa
instituição leve, de fato, a boa informação aos seus interlocutores. Parabéns!
Aproveito a oportunidade, em nome do meu
partido, dos amigos e das pessoas que sempre contribuíram e contribuem com as
melhores ideias e as melhores intenções para a cidade, para manifestar a nossa
luta e desejo por um Aquiraz para o povo de Aquiraz, onde os cidadãos sejam
assistidos em sua integralidade, que eles recebam do Governo aquilo que eles
sempre esperaram e merecem, em que haja um governo capaz de construir junto ao
povo, culminando nos seus anseios e resultados em prol de toda a sociedade.
Lançamo-nos neste desafio, encarando adversários com poderio econômico
extraordinário, bem distante da nossa realidade, partidária e popular, a fim de
dar ao povo o que realmente lhe pertence, o poder. Somos a chance do povo votar
nele mesmo, mas não apenas porque somos aquirazenses natos, não apenas porque
estamos no mesmo nível social da grande população e sentimos na pele a mesma dor,
mas porque somos altamente capazes de planejar, construir e realizar as
melhores ações e dar as melhores condições de vida ao nosso povo. Temos
qualificação inquestionável para assumir a administração pública e, sobretudo,
queremos veementemente a justiça social, a inclusão social e dar um basta num
sistema desinteressante ao povo, que tanto enriquece a quem tanto nos
empobrece. Confiamos no povo, somos do povo e sabemos que agora é chegada a
nossa vez, o povo no poder!
Um Forte Abraço,
Joaquim Paiva.