A Pedra do Chapéu, local
onde supostamente foi construído o setor de abrigo e guarnição dos comerciantes
e negociadores europeus que vinham a se reunir no local para efetivar as
transações comerciais das charqueadas e cana de açúcar vindas do Cumbe e o sal
produzidos nas salinas da comunidade de Canoé. Em épocas de turbulências
econômicas por muitas vezes o local foi abandonado e desguarnecido, mas, quando
de volta ao litoral, o capitão-mor determinou a fundação às margens do Rio
Ceará, do Forte de São Tiago e o povoado de Nova Lisboa, batizando a capitania
de Nova Lusitânia. Ficou pouco tempo por ali, os índios revoltados com o
comportamento brutal dos europeus passaram a atacar o fortim. O açoriano
retira-se então para o Rio Jaguaribe, erguendo às margens do Oceano, próximo á
boca da Barra o Forte de São Lourenço, local onde hoje encontra-se o Farol de
São Lourenço, na Praia do Forte.
Contudo, sofrendo os efeitos da pesada seca de 1605 a 1607 (a primeira registrada na histografia local), abandonado por vários de seus soldados, não recebendo a ajuda prometida pelo governo geral e atacado pelos indígenas, Pero Coelho se viu obrigado a sair do Siará em dolorosa caminhada, na qual pereceram de fome e sede alguns soldados e seu filho mais velho. Dirigindo-se ao forte dos Reis Magos em Natal e depois Paraíba e Portugal, Pero Coelho morreu em Lisboa alguns anos depois. Fracassava assim, a primeira tentativa de colonizar o Siará Grande, mas a excursão pioneira de Pero Coelho deixou como lembrança histórica, além do Forte de São Lourenço, algumas peças de artilharia, e as raízes do lugar posteriormente chamado de Fortim. A Pedra do Chapéu hoje pertence a particulares.
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