Esta já
é a segunda notificação que aponta indícios de uma nova fonte no mesmo poço em
dois meses
A Petrobras descobriu novos indícios de
petróleo em concessão que possui no território cearense. A notificação foi
feita no último dia 19, à Agência Nacional de Petróleo (ANP) e trata-se de uma
descoberta na Fazenda Belém, campo terrestre que se espalha pelos municípios de
Icapuí, Aracati e Jaguaruana.
A Fazenda Belém se localiza na Bacia
Potiguar, que abrange campos no Rio Grande do Norte e Ceará. De acordo com
informações da ANP, a descoberta foi feita no poço denominado 3BRSA1277CE. Essa
é a segunda notificação de descoberta no mesmo poço em dois meses.
Um pouco antes disso, em outubro, a estatal
notificou a agência de outra descoberta no poço 3BRSA1275CE, também na Fazenda
Belém. Antes destas, a última descoberta de indícios de óleo no Ceará foi em
setembro de 2013, em poço marítimo também na Bacia Potiguar, a uma profundidade
de 1.924 metros.
Campo maduro
As descobertas na Fazenda Belém podem ajudar
a recuperar a produção no campo, que já sofreu redução de 45%, do volume
explorado entre os anos de 2009 e 2013. Por já ser uma área de exploração
madura, de vários anos, a queda é considerada normal. Entretanto, a Petrobras
está buscando recuperar a produção na área, com um projeto iniciado em março do
ano passado, que prevê a perfuração de 72 novos poços no campo.
Além de elevar a produção e o fator de
recuperação, a petrolífera pretende agregar reservas com essas novas
perfurações. O volume de petróleo recuperado na Fazenda Belém voltou a crescer
em outubro do ano passado e, de janeiro até novembro, já acumulava incremento
de 4,9% sobre o mesmo período de 2013.
Caso o mês de dezembro tenha mantido bons
resultados - os dados ainda não foram divulgados pela ANP -, o campo reverterá
a tendência de declínio, mas ainda estará distante dos volumes registrados em
2003, quando foram produzidos 996,7 mil barris de petróleo. Nos nove primeiros
meses do ano passado, a produção terrestre foi de 369,7 mil barris.
Novos
poços
A estatal também havia informado, em 2013,
que estava analisando um projeto para perfuração de cerca de mil novos poços no
local, até este ano, o que quase triplicaria a produção de petróleo, em terra
da empresa, no campo exploratório. A Petrobras, no entanto, não voltou maia a
falar sobre este plano.
O campo de Fazenda Belém foi descoberto em
março de 1980 e teve sua exploração concedida à Petrobras em 1998. O Ceará
terminou o ano de 2013 com 317 poços terrestres, de acordo com dados do Anuário
Estatístico 2014 da ANP.
A produção terrestre, contudo, só representa
15% do petróleo extraído atualmente no Estado. Todo o restante é produzido em
quatro campos marítimos no litoral de Paracuru, na Bacia petrolífera do Ceará.
Opep
diz que preços podem se recuperar em breve
Londres. Os preços do petróleo podem ter
atingido um piso nos níveis atuais e podem se recuperar muito em breve, afirmou
o secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep),
Abdullah al-Badri, ontem. "Agora os preços estão em torno de US$ 45 e US$
55 e eu acho que talvez tenham atingido um piso e verão alguma recuperação
muito em breve", afirmou Badri.
O petróleo Brent operava próximo a US$ 49 por
barril, nesta segunda-feira. Badri alertou que qualquer corte de fornecimento
de petróleo da Opep levaria a uma capacidade ociosa, redução de investimento e
um eventual escassez futura e alta exagerada de preços. "Suponha que
cortemos a produção, e então nós vamos ter capacidade ociosa", disse, e
completou: "os produtores, quando têm excesso de capacidade, não vão
investir".
"Se eles não investirem, não haverá mais
oferta, se não houver mais oferta, haverá uma escassez no mercado depois de
três ou quatro anos e o preço vai subir e vamos ver uma repetição de 2008.
Talvez a gente vá a 200 dólares, se houver uma verdadeira escassez de oferta
devido à falta de investimento", disse.
Mudança
de política
O secretário-geral da Organização ainda
declarou que é necessário mais tempo antes de qualquer conversa sobre uma
mudança na política de produção, pelos membros da Opep.
"Vai levar mais de quatro ou cinco meses
e não vamos ver alguns esforços concretos antes do fim do primeiro semestre do
ano, já que vamos ver como o mercado se comporta no fim do primeiro semestre de
2015", declarou. Badri ainda defendeu a decisão da Opep de novembro, de
deixar sua meta de produção inalterada.
Questionado sobre as perspectivas para a
política de petróleo da Arábia Saudita com a posse de um novo rei, o
secretário-geral afirmou: "A Arábia Saudita é um país estável, tem um
governo estável e eu acho que as coisas vão ser normais".
Sérgio
de Sousa
Repórter
Repórter
Fonte: Negócios – Diário do Nordeste (27/ 01/ 15)
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