A espécie de palmeira é originária do Sri Lanka. No país
de origem, a floração pode durar até 80 anos
Um fenômeno raro ocorre
nos jardins da sede do Banco do Nordeste (BNB), no bairro Passaré. Após 40
anos, uma palmeira da espécie Coryphaumbraculifera, conhecida como palma
talipot, começou a florar desde o ano passado. Originária do Sri Lanka, a
planta foi trazida pelo paisagista Roberto Burle Marx a Fortaleza. O paulista,
que foi responsável pela arborização dos jardins da sede administrativa do
banco, gostava de trabalhar com plantas exóticas. No Sri Lanka, a espécie chega
a demorar 80 anos para florescer e morrer.
Segundo o engenheiro
agrônomo Mário Fraga, membro da célula de meio ambiente do BNB, os funcionários
do banco começaram a perceber a modificação na planta. Foi a curiosidade que
levou Fraga a buscar informações. “As pessoas estranhavam porque nunca a planta
ficou dessa maneira. Nas pesquisas, descobrimos que ela tem mesmo essa
singularidade. O ciclo de floração dessa planta é único”, diz.
Mauro Ferreira, 43, que
cuida das plantas do prédio há 15 anos, relata que se espantou quando viu a
vegetação florescer. “Eu dizia pra todo mundo que essa era a única planta que
não dava flor nem fruto. Foi uma surpresa quando ela ficou cheia assim”,
relata. O jardineiro diz ainda que vai sentir falta da palmeira, mas o
sentimento será compensado pelo crescimento de outras plantas da mesma espécie
no lugar. Existem outras duas palmeiras do tipo nos jardins da instituição.
Tentando registrar a
evolução do fenômeno, a diagramadora Carminha Campos, 57, fotografa todos os
dias a planta. Ela conta que nos primeiros dias a diferença era notória. Agora,
a funcionária relata que a evolução é menor, pois já se aproxima o fim do processo
e, consequentemente, a morte da palmeira. “Gostava de fotografar o fenômeno
porque, além de belo, é raro. Queria ter esse registro”, afirma.
Saiba mais
Essa não é a primeira
vez que o fenômeno acontece no Brasil. Em 2009, as espécies da palmeira plantadas
por Burle Marx no Jardim Botânico do Rio de Janeiro floresceram juntas,
impressionando os frequentadores do local. As plantas demoraram aproximadamente
o mesmo período observado no Ceará para florescer na capital carioca. Mario
Fraga acredita que as condições climáticas reduziram pela metade a espera para
a floração das espécies.
O nome Corypha vem do
grego Koryphe, que significa “cabeça coroada”, e sua folha já foi utilizada,
historicamente, até para escrever. É a maior inflorescência (quando um ramo ou
sistema de ramos caulinares possui flores) do reino vegetal, chega a atingir 5
a 7 metros de altura acima das folhas e até 4 metros de diâmetro. Seus frutos
têm coloração verde acastanhado, sendo arredondados em torno de 3 centímetros,
e suas flores têm sempre a coloração creme, aparentando hastes de plumas.
Fonte: Agência Paulista de Tecnologia dos
Agronegócio (APTA).
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