A criatividade cearense marcou presença em outras
cidades País afora, como Olinda, Rio de Janeiro e Salvador
Cearenses, estes
seres que você encontra em todo canto do mundo, também se espalharam no
Carnaval e brincaram pelo Brasil. A “arrumação” é tanta, que, em Olinda, a
ladeira 085, a mais cearense de Pernambuco, concentrou número recorde de
“cabeças-chatas”, segundo estimativa “oficial” de quem esteve por lá.
Foi nesse rumo que
pela terceira vez a publicitária Bia Penha, 26, seguiu com outros 16 amigos.
Quem esteve na cidade pode lembrar que eles eram o time de futebol americano
“Rapadura Patriots” do sábado. “Na 085 - ninguém sabe o nome de verdade, só que
é perto da Prefeitura e da igreja -, tem sombra, passa bloco e é muito legal
porque a gente fica vaiando que nem cearense. Sempre escuto comentários como
‘aí são os cearenses’”, narra.
Olinda sabe ser
receptiva e tem espaço para quem faz estreia. O estudante de Medicina Pedro
Bedê, 21, depois de um ano fazendo intercâmbio em Liverpool, na Inglaterra, mal
chegou em Fortaleza e, “de última hora”, partiu em um ônibus fretado junto com
amigos da faculdade. “É a primeira vez que passo Carnaval fora do Ceará. Aqui
são ligados à cultura e às tradições”, descreve. Os pontos negativos ficaram
por conta da falta de banheiros e de lixeiras.
Pedro também fez
menção ao calor excessivo, sensação compartilhada pela estudante de direito
Débora Maia, 22 - exceto que a jovem curtiu a folia no Rio de Janeiro. “Em um
dos dias voltei mais cedo porque não estava aguentando o calor”, lembra ela,
que prefere os blocos de rua aos desfiles na Sapucaí. “Esse ano achei muitos
conhecidos de Fortaleza. É bom porque a gente pode se fantasiar sem
preconceitos”, diz.
Amante assumida de
axé e de micaretas, a nutricionista Rochelle Assis, 28, retornou ao circuito
Barra-Ondina, neste ano, mas pela primeira vez como casada. “É diferente. Você
passa a ter outras preocupações”, explica.
Ela e o marido, o
empresário Bruno Vasconcelos, 28, aproveitaram a festa tanto no bloco “Me
Abraça”, com o cantor Durval Lélys, como nos camarotes.
Muitos carnavais
Paixão pelo
Carnaval
Elvis Clésio, 49,
filho de pescador e de uma rendeira, nascido na Prainha, é um apaixonado pelo
Carnaval. “Me envolvi desde criança, quando ajudava meu pai na barraquinha de
bebida”, conta. Há quase 22 anos, realiza o mesmo ofício do pai na barraca O
Pirata, em Aquiraz. “A gente virava a noite da terça para quarta ao som de um
trio”.
1ª Primeiro
Carnaval
Felipe Maciel de
Farias, 33, advogado
Salve, Salvador
Ir ao Carnaval de
Salvador já era uma vontade antiga de Felipe. “Tinha esse sonho de conhecer o
que dizem ser o melhor Carnaval do planeta. E é maravilhoso mesmo, a animação é
contagiante. É a capital da alegria”, descreve. Na companhia da namorada, a
contadora Gabriela Magalhães, 25, a programação incluiu aproveitar as praias de
dia e os camarotes Nana e Reino. “Pior é a volta para casa. São poucos
transportes para a quantidade de foliões”, critica. Ele ressalta, porém, a
estrutura e o conforto dos camarotes. O Carnaval soteropolitano, para o
advogado, está aprovado. “Recomendo demais. São muitas atrações para todos os
gostos e bolsos”, adverte. (VS)
Crise hídrica
inspira fantasias
A molecagem não é
característica restrita ao cearense quando o período é Carnaval. Neste ano, a
crise hídrica inspirou fantasias de foliões em diversas cidades do Brasil.
A sátira se fez
presente com os pernambucanos Roberto Ferreira e Ana Lúcia Borges, que
participaram do bloco Enquanto isso, na Sala de Justiça. Eles encarnaram duas
torneiras vazias e apelidaram as fantasias de Retirantes do Cantareira, em
alusão a um dos sistemas de abastecimento de água de São Paulo, catalisador de
uma crise de abastecimento de água no Estado.
Perguntado sobre
qual superpoder é necessário para vencer a falta d’água, Roberto não titubeou:
“a alegria acima de tudo, apesar da crise”. “A gente quis fazer uma brincadeira com a situação, mas não deseja que os paulistanos fiquem sem água”, disse. (Agência Brasil)
Fonte: Cotidiano – Jornal O povo (18/
02/ 15)
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