O Carnaval do Morro
Branco, em Beberibe, um dos mais tradicionais do Estado, ainda é incerto.
Decisão oficial sai nos próximos dias FOTO:
LUCAS DE MENEZES
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Em Caucaia, não haverá festa oficial; já a
Prefeitura de Paracuru deve restringir a programação
A medida adotada pelo Governo do Estado de
suspensão de repasse de recursos para o Carnaval, somada à preocupação com a
escassez de água, tem ameaçado a realização das festas nos municípios
cearenses. Após o anúncio oficial, feito quarta-feira (21), o dia ontem foi de
reuniões para gestores de cidades que tradicionalmente têm programação oficial
e atraem milhares de visitantes. Os rumos das festas são reavaliados. Em alguns
casos, houve desistência do evento.
Em Caucaia, a Prefeitura alega que não
ocorrerá Carnaval oficial financiado pelos cofres públicos, já que não haverá o
repasse de aproximadamente R$ 200 mil pelo Governo. No Município, que atrai
centenas de visitantes para a Praia do Icaraí nos dias de folia, a programação
deverá ser custeada pela iniciativa privada. A Prefeitura garantirá a
infraestrutura, a limpeza e o atendimento de saúde.
Em Paracuru, que tem um dos carnavais mais
tradicionais do litoral oeste, segundo o secretário de Turismo do Município,
Ângelo Turzi, um posicionamento oficial deve ser comunicado hoje. Ele adiantou
que, ontem, equipes do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) visitaram a
cidade, e a Prefeitura já havia decidido que iria cortar 40% das verba do
Carnaval.
Segundo o secretário, durante o feriadão, a
estimativa é que 100 mil visitantes passem pela localidade, que, além da
restrição de verba, tem também a preocupação com a escassez de água, já que o
reservatório para abastecimento da cidade possui índices bem pequenos.
Ângelo garante que a medida adotada pelo
Governo já era prevista. "Mas diante de tantas limitações, teremos que
reduzir ainda mais os custos", diz. O Carnaval de 2014, de acordo com o
secretário, custou R$ 700 mil. A edição deste ano deve custar 70% deste valor.
Indefinição
Os rumos do tradicional Carnaval de Beberibe, no litoral leste, onde milhares
de visitantes reúnem-se na Praia do Morro Branco e na Praça Matriz no Centro da
cidade, conforme a assessoria da Prefeitura, seguem indefinidos e a decisão
oficial sobre realização ou não da festa sairá nos próximos dias.
Na localidade, o poder público ainda aguarda
a visita das equipes do TCM, que irão verificar o possível uso de recursos
públicos municipais em atividades carnavalescas, como o patrocínio de bandas
e/ou trios elétricos, montagem de palco e demais estruturas.
Em
Cascavel, litoral leste, segundo a Secretaria Municipal de Turismo, a situação
também não está definida. O poder público da localidade, que tradicionalmente
tem programação nas praças e nas praias da Caponga e Barra Nova, ainda aguarda
a avaliação do TCM para definir a realização da festa.
Conforme o Governo do Estado, a suspensão das
verbas destinadas para esta finalidade tem como objetivo canalizar esforços e
recursos públicos para setores que precisam de atendimento emergencial, já que
dos 184 municípios, 176 decretaram estado de emergência devido à seca dos
últimos quatro anos.
Medida semelhante foi adotada pelo
ex-governador Cid Gomes. Em 2013, o repasse também foi suspenso. Na época, a
quantia solicitada pelas prefeituras ao Governo chegou a R$ 12,6 milhões. O
Estado estimou que repassaria R$ 4 milhões. O corte atingiu 96 municípios.
Ainda assim, muitas cidades mantiveram as festas.
O Carnaval também passou a ser repensado
pelas prefeituras devido à Operação Especial de Fiscalização do TCM, que teve
início no dia 19 e segue até hoje. Oito equipes com 20 técnicos do órgão
visitam 47 municípios para fiscalizar o possível empenho de dinheiro público na
festa.
Em Fortaleza, a programação não será afetada
pelo corte, já que o Governo do Estado não destina recurso financeiro para o
evento, segundo a Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor). Conforme o
órgão, as atrações anunciadas para os dias de festa no Aterrinho da Praia de
Iracema (Bloco Luxo da Aldeia, Criolo, Karol Concá, Luiz Caldas e Bloco do
Sargento Pimenta) estão mantidas.
De acordo com a Secultfor, o Edital de Apoio
aos Blocos de Rua que atuam durante o Pré-Carnaval conta com o montante de R$
420 mil dos cofres do Município. O valor destinado às agremiações que desfilam
na Av. Domingos Olímpio é de R$ 732 mil.
Thatiany Nascimento
Repórter
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