Os servidores deste município estão em
greve por tempo indeterminado, após tentativas de negociações com setores
ligados à administração do município. Os trabalhadores reivindicam reajuste de
10,5% e exigem, ainda, que o município realize a criação de gratificação
através da chamada qualificação profissional, adicional por insalubridade,
gratificação de risco de vida e publique, com a máxima brevidade possível,
edital para realização de concurso público para preenchimento de vagas
existentes nos diversos setores da municipalidade.
As negociações envolvendo a direção do
sindicato e representantes do município vem se arrastando desde a semana que
antecedeu o feriado da Semana Santa e de Tiradentes. Na última quarta-feira, depois
que a Prefeitura anunciou que realizaria o reajuste à categoria na margem de
6%, dezenas de servidores realizaram manifestação em frente a sede da
administração do município. Também houve passeata por algumas ruas do Centro da
cidade.
"Nós estamos reivindicando pontos que já
foram determinados pela própria Justiça, em momentos anteriores, e que não
estão sendo cumpridos pela administração de Juazeiro do Norte", observou a
presidente do sindicato, Maria José dos Santos, que participou de nova reunião com
os servidores em greve, realizada no início da semana, na sede da entidade.
O encontro resultou na elaboração de um
documento a ser endereçado ao Ministério Público Estadual (MP-CE) onde os
grevistas pedem que o órgão atue como interlocutor nas negociações junto à
administração local. "Nós estamos pedindo a participação do Ministério
Público para que não haja prejuízo nos serviços realizados à população devido à
deflagração do estado de greve e para que tenhamos maior celeridade nas
negociações com o município", explicou Maria José dos Santos.
Segundo a secretária de Gestão de Juazeiro do
Norte, Zarele Catonho, as negociações envolvendo o município e representação
sindical acontecem desde o início do ano. Em janeiro, conforme afirma, foram
reivindicados cerca de 15% de reajuste no salário base de todas as categorias.
No decorrer das negociações, no entanto, o índice caiu para 10,5% e, mesmo
assim, não há como ser efetivado pelo município.
Motivos
"Há dois fatores que impedem a
Prefeitura de cumprir com o que vem sendo solicitado pelos servidores. O
primeiro é a diminuição drástica nos municípios em relação aos repasses
constitucionais, como o FPM, por exemplo; e o segundo é a necessidade de
cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal que proíbe os municípios de
gastarem mais de 60% do que arrecadam com pagamento de funcionalismo. Nós já
estamos no limite".
Zarele Catonho informou que a Prefeitura
aguarda decisão da Justiça, em relação à legalidade ou não da paralisação dos
servidores, para que sejam adotadas medidas que possam garantir a manutenção do
atendimento à população nos diversos setores da municipalidade. "Havendo a
confirmação da legalidade da greve, nós acataremos e a ausência dos servidores
serão justificadas. No entanto, caso a greve seja tida como ilegal, nos
cumpriremos tudo aquilo que for orientado pela Justiça", frisou a
secretária. Segundo ela, até que a decisão seja apresentada, o município mantém
o canal de diálogo aberto com os grevistas.
Fonte: Jornal Diário do Nordeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário