Violência sexual contra crianças e
adolescentes, uma das formas mais perversas de violação dos direitos humanos, é
uma realidade constante nas ruas e principais corredores turísticos de
Fortaleza. Com a proximidade da Copa do Mundo, chama atenção o significativo
aumento do número de casos de exploração sexual, sobretudo no entorno da Arena
Castelão, palco dos seis jogos que a Capital irá sediar.
Em três anos, o crescimento foi de 163%.
Foram identificados 54 em 2010, saltando para 142 no ano passado. É o que
aponta a Associação Barraca da Amizade, instituição que desenvolve programas de
enfrentamento à exploração sexual de crianças, adolescentes e jovens, através
do projeto Reviver.
O levantamento foi feito pelas equipes de
busca ativa da Associação na área que compreende o entorno da Arena Castelão, o
entorno da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e nas proximidades
da rampa de lixo do Jangurussu.
Adolescentes e jovens representam 59% dos 142
casos identificado em 2013. Mas esse número pode ser ainda maior, uma vez que
Rede não está consolidada
Apesar do alarmante crescimento do número de
casos de exploração sexual no entorno da Arena Castelão, não existe, por parte
do poder público, uma rede consolidada de combate à exploração sexual
infanto-juvenil durante a Copa do Mundo em Fortaleza. Em nota, a Secretaria Municipal
de Cidadania e Direitos Humanos (SCDH) informa que o modelo adotado na Copa das
Confederações deverá ser mantida no Mundial. Na ocasião, a Prefeitura
desenvolveu uma rede de proteção integral à criança e ao adolescente para
evitar o abuso e a exploração de todos os tipos, incluindo a sexual.
Em dias de jogos, equipes foram destacadas
para as proximidades do Castelão e outros pontos da cidade, como as praias. A
SCDH informa ainda que o Conselho Tutelar plantonista esteve em funcionamento
para dar suporte às equipes, que contou também com uma central da equipe na
sede da SCDH no Parque da Liberdade. "A ação, que contou com o apoio de
diversas entidades de defesa de crianças e adolescentes, será replicada durante
a Copa do Mundo deste ano", assegura a nota.
O Município conta ainda com a Fundação da
Criança e da Família Cidadã (Funci), através da Rede Aquarela - programa que
busca a proteção de crianças e adolescentes vítimas de abuso e exploração
sexual. A Rede é composta por uma equipe multidisciplinar, que envolve
psicólogo, assistente social, arte-educadores e advogado prestando
acompanhamento para as vítimas e suas famílias. Com as denúncias recebidas, a
Rede Aquarela promove os encaminhamentos devidos à Justiça, polícia, Conselho
Tutelar e Ministério Público.
A SCDH também informa que o Espaço Aquarela
atualmente funciona no mesmo prédio da Delegacia da Criança e do Adolescente e
acolhe as vítimas e seus familiares.
Mais
informações:
DisqueDireitosHumanos–
0800.285.0880 (ligação gratuita)
DisqueDireitosHumanos–
0800.285.0880 (ligação gratuita)
Luana
Lima
Repórter
Repórter
Fonte: Jornal Diário do Nordeste
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