Durante o fim de semana foram mortos
um tenente do Exército, um bacharel em Direito e uma aposentada
O bacharel em Direito,
Eduardo Vale, levou um tiro na cabeça na porta da casa da noiva, em uma suposta
tentativa de assalto FOTOS: ARQUIVOS
PESSOAIS/FACEBOOK
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A aposentada Maria das Graças Nina, 66, foi achada
morta em um matagal no município de Itaitinga. O suspeito do crime teria sacado
dinheiro da vítima
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O 2º tenente do Exército Brasileiro (EB), Valzemir
Gaspar de Sousa, 60, foi morto no Carlito Pamplona
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O último crime ocorreu
na Cidade dos Funcionários, quando o bacharel em Direito, Eduardo Vale de
Brito, 37, levou um tiro na cabeça na porta da casa da noiva, na Avenida
Desembargador Gonzaga com Rua Margarida Queiroz, durante uma suposta tentativa
de assalto. Segundo a Polícia, criminosos em um veículo tentaram tomar o
relógio da vítima. Ele entrou dentro de casa tentando escapar, mas acabou
baleado.
Gláucia Nunes, mãe da
noiva de Eduardo, contou que ele fumava um cigarro na calçada da residência
quando um automóvel estacionou. "Estava na cozinha lavando louça quando
escutei o estrondo. Pensei que era algo em um poste, mas quando saí ele estava
aqui no jardim banhado de sangue", comentou.
Segundo a Polícia, no
momento em que os suspeitos anunciaram o roubo, o bacharel teria se assustado
com a chegada dos homens e tentou fugir entrando na residência. Ele ainda
fechou a porta, mas os homens efetuaram um disparo que atravessou o portão da
casa e atingiu a cabeça de Eduardo. A vítima foi amparada pelos vizinhos, que
chamaram uma ambulância.
O Serviço Móvel de
Atendimento de Urgência (Samu) encaminhou Eduardo ao Frotinha de Messejana, mas
ele não resistiu ao ferimento. A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa
(DHPP) esteve na unidade hospitalar e no local do crime colhendo informações.
Algumas testemunhas
relataram que os criminosos, supostamente dois adolescentes, estavam num
veículo Chevrolet Celta. Segundo a mãe da noiva, Eduardo residia em Cascavel e sempre viajava a Fortaleza para visitar a
mulher com quem era noivo há quatro anos.
Tenente
O outro crime de
latrocínio ocorreu no bairro Carlito Pamplona e vitimou o 2º tenente da Reserva
do Exército Brasileiro (EB), Valzemir Gaspar de Sousa, 60, na manhã de ontem,
quando saía de um almoço de família na Rua Cônsul Gouveia. O oficial foi morto
por três suspeitos que, após o crime, levaram o carro dele. Gaspar havia saído
da casa dos pais para buscar um porta- retrato que estava dentro do automóvel.
De acordo com familiares, ele foi abordado por um trio e ainda levantou os
braços ( mostrando que não estava armado), mas levou um tiro no tórax. O
tenente foi encaminhado ao Instituto Doutor José Frota em uma viatura do Ronda
do Quarteirão, mas não resistiu.
"Quando ele estava
retornando para dentro de casa, vieram os três rapazes, alvoroçadamente. Eles
tentaram tomar as coisas, e meu pai ficou muito assustado. Naquela situação,
eles acabaram disparando, acertando o tórax, pegaram a chave do carro e fugiram
no veículo (Volkswagen Polo)", detalhou um dos filhos da vítima
(identidade preservada). A esposa de Valzemir, que é enfermeira, realizou os
primeiros socorros no local do crime. A família doou as córneas do tenente do
EB.
De acordo com o coronel
Francisco Souto, do Comando de Policiamento da Capital (CPC), o carro do
oficial foi abandonado pelos criminosos na Avenida Francisco Sá, na Barra do
Ceará.
No fim da tarde, segundo
Souto, três adolescentes envolvidos no crime foram apreendidos na Comunidade do
Gueto, também na Barra do Ceará, e encaminhados à Delegacia da Criança e do
Adolescente (DCA). Com eles, a Polícia apreendeu um revólver calibre 38.
Aposentada
Já na manhã do último
sábado, uma aposentada de 66 anos foi encontrada morta com marcas de violência,
em um matagal no município de Itaitinga. O principal suspeito do crime é um
homem que a vítima conheceu antes do Carnaval e com quem, segundo a Polícia,
mantinha um relacionamento amoroso.
Maria das Graças Nina,
66, residia em Messejana e teria conhecido o suspeito em um evento no Mercado
dos Pinhões, em Fortaleza. Na última sexta-feira (20), Maria das Graças saiu
para um encontro e não voltou para casa. A irmã da aposentada passou a
questionar a ausência dela e tentou contato por telefone.
Devido a ausência de
notícias, a irmã da vítima resolveu procurá-la em vários locais como hospitais
e o necrotério. Por volta das 10 horas do último sábado (21), ela foi até a
sede da Perícia Forense (Pefoce), onde reconheceu a familiar.
Na tarde de ontem, o
corpo de Nina foi velado em uma funerária na Rua Padre Valdevino, e seguiu para
o Cemitério Parque da Paz, onde foi sepultado. A reportagem conversou com os
familiares de Graça, mas eles preferiram não dar detalhes acerca do crime para
não atrapalhar as investigações.
Uma amiga da aposentada
relatou que ela era viúva há mais de 20 anos e que mantinha o relacionamento
com o rapaz há alguns dias. O corpo de Nina foi encontrado sem a parte de cima
da roupa e com várias marcas.
Segundo a diretora da
Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Socorro Portela, amigas de
Graça informaram que o suspeito aparentava ser mais jovem. "Ainda não
sabemos a idade dele. Foi o que as amigas relataram. Ainda não recebemos o
resultado do laudo, mas o delegado que foi até o local do crime disse que ela
apresentava várias lesões acima do pescoço. Também foi encontrado um arame
farpado próximo ao corpo", revelou. A delegada informou que estava em
diligência com o intuito de encontrar o suspeito, que ainda não foi
identificado. Alguns amigos relataram que foi retirada uma quantia de R$ 400 da
conta da aposentada e feito um empréstimo no valor de R$ 2 mil, porém, a
titular da DHPP informou que ainda não há confirmação dos saques.
Acerca de possíveis
imagens que possam ajudar na elucidação do crime, Socorro Portela informou que
existe uma gravação da saída de Nina do apartamento em que morava, mas que o
síndico do prédio ainda não forneceu as imagens. Como o local do crime é um
matagal de difícil acesso, a delegada acredita que não existam câmeras de
segurança no entorno. No corpo de Graça também foram encontradas lesões nos
braços, que aparentavam ser de defesa.
No velório, muitos amigos e familiares
prestaram a última homenagem à aposentada e, emocionados, diziam que ela era
uma pessoa muito contagiante. Todos lamentaram a violência. (Colaborou Gustavo Linhares).
Jéssika Sisnando
Especial para Polícia
Fonte: Polícia – Diário do Nordeste (23/ 02/ 15)
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