Obras estão entre as 99
financiadas pelo Governo Federal; destas, em todo o País, 46 nem começaram
De acordo com a Secretaria da Justiça e Cidadania, com as três unidades prisionais concluídas, haverá mais 2.246 vagas para detentos no Estado |
O Plano Nacional de Apoio ao Sistema Prisional, criado pela presidente
Dilma Rousseff em 2011, teve como intenção diminuir a superlotação nos
presídios do País. No entanto, parece não ter alcançado êxito efetivo até
então. Isso porque dos 99 convênios acertados com os estados para criação de
45.934 vagas, com um custo total de R$ 1,2 bilhão, nada foi concluído. Das
unidades previstas para o Ceará, três ainda permanecem em construção.
Com um total de 11.614
vagas nos presídios cearenses e uma população carcerária de cerca de 15 mil
pessoas, o Estado opera, hoje, com superlotação média de 64%, conforme a
Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus).
O surgimento de novas
vagas ajudaria neste aspecto. Os dados do Ministério da Justiça, no entanto,
revelam que 46 das obras previstas pelo Plano em todo o País não começaram a
ser executadas, 53 foram iniciadas, mas 33 acabaram paralisadas. A promessa
anterior era da utilização de recursos até o fim do primeiro mandato da
presidente. O déficit no número de vagas no Brasil chega a 230 mil.
Ao todo, 27 convênios
realizados em 2013 já deveriam ter sido encerrados em virtude do decreto para
agilizar as obras, contudo, sete desses projetos continuam sem finalização,
entre eles, a construção de uma cadeia
feminina em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza, com 502 vagas.
Novas vagas
A Sejus informou que tem
firmado convênio com o Governo Federal para a construção de três grandes
unidades prisionais e de três cadeias públicas, somando um total de 2.246
vagas. Em relação às unidades prisionais, a Secretaria afirmou que a unidade
para jovens e adultos em Horizonte, com capacidade para 685 internos, está com
64% de execução e tem previsão de ficar pronta neste ano. A unidade de Aquiraz, por sua vez, está com 9,7% de execução e a
unidade masculina em Itaitinga, com 600 vagas, segue com 8,91% dos trabalhos
realizados. A previsão de entrega das duas unidades é em 2016.
Já as cadeias públicas,
segundo a Sejus, ainda não tiveram as obras iniciadas em virtude de a análise
de documentação das empresas construtoras pela Caixa Econômica Federal ainda
não ter sido finalizada.
O secretário da Justiça
e Cidadania do Estado, Hélio Leitão, afirma que o grande esforço da gestão é
desenvolver projetos que possam, de fato, humanizar e ressocializar os
internos, construindo, assim, para a construção de um sistema penitenciário
mais justo e digno.
O secretário reconhece a
dificuldade da ressocialização em um ambiente superlotado e destaca que a Sejus
tem buscado alternativas ao encarceramento. "Como o uso de tornozeleiras
eletrônicas, a realização de mutirões de atendimento aos internos e o apoio à
implantação do projeto audiência de custódia, que prevê que o interno tenha
contato com o juiz antes mesmo de entrar no sistema prisional, o que pode
reduzir consideravelmente a entrada de novos presos provisórios", enumera.
Renato Bezerra
Repórter
Repórter
Fonte: Cidade – Diário do Nordeste (28/ 04/ 15)
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