O quarteto Marimbanda realiza, hoje, workshop gratuito,
das 9h às 12h, para músicos e público em geral
Há exatos 15 anos na
estrada, divulgando a música instrumental brasileira e cearense, os músicos
integrantes do quarteto Marimbanda - maestro Luizinho Duarte, Thiago Almeida,
Miqueia dos Santos e Heriberto Porto - têm uma maneira particular de fazer
música.
Eles aliam as
apresentações que realizam em teatros e festivais às atividades de formação,
levando em consideração tanto o público quanto os músicos, em especial os
jovens, que tentam trilhar pelas difíceis veredas da música instrumental.
Com esse propósito,
hoje, das 9h às 12h, o grupo realiza um workshop, no Centro de Ensino Musical
Hulda Lage, localizado na Rua Jornalista César Magalhães, no bairro Guararapes,
em Fortaleza.
"Podem participar
estudantes e músicos em geral", convida Heriberto Porto, professor do
curso de Música da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e flautista do grupo.
Planos
Com dois discos
gravados, todos com músicas autorais, o grupo pretende lançar novo trabalho em
2015. "Estamos finalizando as composições para entrar em estúdio", projeta.
Ontem (22), já para
celebrar essa trajetória bem-sucedida, o quarteto subiu ao palco do Café-Teatro
das Marias para mostrar algumas composições inéditas, que integraram o set list
do show "Tudo Vem".
A ideia do grupo é
circular com o trabalho por todo o País. Heriberto promete um repertório
refinado, citando os discos de 2000, o primeiro, e o de 2005. "Faz tempo
que não gravamos", ressalta.
Só que, antes, os
artistas terão de recorrer a novos editais públicos a fim de viabilizar a
gravação do CD. Mesmo diante das dificuldades em trabalhar com a música
instrumental, o músico demonstra determinação e amor à arte.
Cheio de planos, fala
sobre os shows que o quarteto fará nos meses de janeiro, fevereiro e março. No
roteiro, os municípios de Aracati (26 de
fevereiro); Pacajus (7 de março), Horizonte (6 de fevereiro) e Pacatuba (7
de fevereiro).
O público de Fortaleza
também será brindado com apresentações dos virtuosos músicos, que agendam shows
na Escola de Ensino Fundamental e Médio (EEFM) Estado do Paraná, no Montese,
dia 16 de janeiro. No dia 20 de março, a apresentação será no Centro Urbano de
Cultura, Arte, Ciência e Esporte (Cuca) da Barra do Ceará.
Heriberto Porto
confessa: "Estou muito feliz", ao falar sobre os novos projetos e
avaliar a trajetória da Marimbanda. Os integrantes do grupo também planejam
fazer uma excursão pelo Sudeste. Os jovens já viajaram com sua música pela
Europa.
"Nossa música é
muito elogiada em São Paulo e no Rio de Janeiro. As pessoas identificam algo
diferente", comenta. O diferencial está, talvez, em misturar talento,
pesquisa e vontade de experimentar. O projeto de circulação no qual o grupo
está inserido inclui ainda a realização de nove shows pelo Estado. "A
contrapartida é passar a nossa experiência para os jovens", argumenta o
músico.
Dificuldades
Heriberto Porto
reconhece as dificuldades enfrentadas pela música instrumental, sendo
necessário quase sempre recorrer aos incentivos públicos. Dono de estilo
particular, cujas composições misturam samba, choro, frevo e bossa nova, o
quarteto investe em melodias acessíveis e bonitas. "Não fazemos músicas só
para profissionais".
Apesar do tempo, a cena
ainda continua viva na memória dos músicos remanescentes da primeira formação
da Marimbanda, quando subiram ao palco do BNB Clube de Fortaleza, em 1999.
Dois músicos que
começaram não estão mais tocando na Marambanda. "Um deles, Ítalo Almeida,
virou cantor de forró", diz. Outro, o baixista, com o nome artístico de
Júnior Primata, hoje, é professor em Natal. "Para nós, é muito importante
conseguir manter a nossa proposta, tocando um repertório essencialmente
brasileiro".
Referência
O grupo é hoje
referência na música instrumental não apenas cearense, mas no cenário
brasileiro. "O apoio é pouco", admite Porto, ressentindo-se da falta
de casas noturnas destinadas ao jazz e à música instrumental que Fortaleza já
teve. Atualmente, no máximo sobra espaço para voz e violão, lamenta. A
realização de atividades formativas faz parte da estratégia de trabalho da
Marimbanda. "A gente sempre alia esses projetos à realização de shows e
workshops, no intuito de formar plateia, demanda", atesta Heriberto Porto.
Ao definir o som da
Marimbanda, o músico afirma que o grupo persegue a linha que abre espaço para a
improvisação, com o jazz brasileiro. A determinação é outra qualidade do grupo
musical, que faz música na linhagem de compositores instrumentais, a exemplo de
Hermeto Paschoal e Egberto Gismonti, entre outros, como lembra Heriberto Porto.
Mais informações:
Workshop do grupo
Marimbanda, hoje, das 9hàs 12h, no Centro de Ensino Musical Hulda Lage (Rua
Jornalista César Magalhães, 721, Guararapes). Grátis. Contato: (85)
Iracema Sales
Repórter
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Fonte: Caderno 3 – Diário do Nordeste (23/ 12/ 14)
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