Há cães e gatos esperando por um lar no Centro de Adoção
da Abrace, grupo de protetores voluntários
Fortaleza O sentimento de solidariedade costuma
florescer nas pessoas neste período do ano, quando comemora-se o Nascimento do
Menino Jesus. O Filho de Deus nasceu numa manjedoura, entre animais. Um sinal
de que todas as criaturas de Deus merecem amor e vida com dignidade. Os
protetores de animais sabem muito bem disso e tornam-se verdadeiros heróis em
um cotidiano de muita dor e sofrimento. O número de cães e gatos nas ruas das
cidades continua crescente. Os motivos são os mais absurdos: abandonam porque o
cachorro faz "xixi"; porque a família vai mudar para "um lugar
menor"; porque nasceram filhotes; porque está velho e não serve mais para
nada; porque está doente... É de pensar o que Jesus diria diante de tanta
insensibilidade.
Mas, para alegria da
humanidade, Jesus nasce todo dia no coração de muitas pessoas que não estão
cegas para os chamados "irmãos menores". Aumenta nas cidades, o
número de protetores de animais e entidades afins. Entre elas, destaca-se a
Abrace - Uma Causa Animal, que tem como coordenadora-geral a professora
Cristiane Angélica Justa Figueiredo. Com esta denominação, a entidade existe
desde 2011 na Região Metropolitana de Fortaleza, especialmente na Capital,
Eusébio, Aquiraz e Caucaia. A sigla
significa Amigos e Benfeitores Reabilitando Animais no Ceará. Mas os
integrantes atuam desde 2009, quando se reuniam no grupo Protetores
Independentes de Fortaleza.
Desde então, a Abrace
alugou uma área que serve como Centro de Adoção. Sim, eles não concordam com o
nome abrigo. "Não chamamos de abrigo, e sim de Centro de Adoção. Lá os
animais resgatados são cuidados e todos estão para adoção responsável. Não
gostamos do termo abrigo porque não queremos que as pessoas tenham ideia de que
temos depósitos de animais ou que nos achem na obrigação de receber todos os
animais que elas descartam. Recolhemos, por ordem de prioridade, fêmeas
gestantes, fêmeas com filhotes, fêmeas com necessidades especiais, filhotes sem
mãe. Os demais recolhemos quando é possível e quando surge vaga. Temos lista de
espera para ir pro Centro com mais de 100 animais, mas as prioridades citadas
passam na frente", explica Cristiane Angélica.
Necessidades
A professora diz que a
Abrace sobrevive com bastante dificuldades, pois o grupo é pequeno. Faz cotas
entre os membros efetivos, recebe doações de amigos e simpatizantes da causa,
faz bazares e pede doação de notas fiscais para cadastro. "Mas sempre tiramos
do nosso salário mais do que podemos e isso nos deixa sobrecarregados",
declara.
A entidade resgata,
trata, vacina, castra e põe os animais para adoção. "Temos um limite
máximo de 30 animais e só resgatamos mais outro adulto quando um adulto é
adotado. Não temos limite máximo de filhotes, mas evitamos ficar com muitos por
conta dos cuidados e então promovemos campanhas de adoção mensais e as vezes
até quinzenais, dependendo da necessidade", diz a professora.
A entidade paga aluguel
do Centro de Adoção. Além disso, tem custos com água, luz e funcionários. São
consumidos cerca de 200 quilos de ração para os animais adultos, e 100kg para
os filhotes. Há ainda gastos nas clínicas veterinárias e lojas de medicamentos.
Considerando todos estes custos, que também incluem compras de vacinas,
vermífugos e vitaminas, a entidade tem um orçamento médio mensal de R$ 5 mil.
Esta é a demanda financeira do grupo, que aceita colaborações de todos os
valores. Além da demanda financeira, a Abrace também precisa de voluntários.
"Para ajudar no Centro de Adoção temos uma escala de dois voluntários por
dia e nas feiras precisamos de, pelo menos, seis voluntários para o dia e de
uns dez ou mais, para acompanhamento das adoções", afirma.
A Abrace defende que há
solução para o abandono de animais nas ruas. A começar pela castração dos cães
e gatos. Quanto menos bichinhos nascerem no abandono, menos animais errantes
nas ruas. "Os governos estaduais e prefeituras precisam ajudar nesse
sentido, criando políticas públicas para castração a baixo custo e gratuita. Em
segundo lugar, uma campanha de educação nas escolas e comunidades, para educar
as pessoas para a responsabilidade que é criar um animal. Em terceiro lugar,
punições mais rígidas para o abandono e maus tratos aos animais", aponta
Cristiane Angélica.
Mais informações
Abrace- Uma Causa Animal
Conteúdo complementar
http://blogs.diariodonordeste.com.br/bemestarpet
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Valéria Feitosa
Editora
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Fonte:
Regional – Diário do Nordeste (23/ 12/ 14)
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