Durante a coletiva de
imprensa, apenas a Folha de Aracati se inscreveu e questionou o INGA
A imprensa de Aracati
foi alvo de críticas do vereador do PSB, Tácito Forte, ao não realizar
perguntas que, segundo ele, pudessem esclarecer os questionamentos da população
durante a coletiva de imprensa realizada ontem (16) na Câmara Municipal, quando
o Ministério Público se pronunciou oficialmente e apoiou a decisão da Comissão
Organizadora, que optou apenas pelo cancelamento das provas aplicadas.
Para o vereador, o
comprometimento de mais da metade da imprensa local com a atual administração
de Aracati não contribuiu, na coletiva, para sanar as dúvidas de quem prestou o
concurso público. “Senhor presidente, um concurso malogrado, que gera dúvidas,
incertezas e revolta em 8.733 pessoas e respinga na empresa que organiza o
concurso, não pode se resumir a uma coletiva de imprensa, onde mais da metade
da imprensa é comprometida com o prefeito e não faz perguntas que a população
quer saber”, disse.
Única a se inscrever para
fazer perguntas à mesa, a Folha de Aracati questionou o representando
do INGA sobre as garantias que a empresa daria à população de Aracati de que
não haveria trapaças na próxima prova. Ao ser questionado pela Folha se o INGA
não se sentia envergonhado pelos transtornos que causou aos candidatos, ao MP e
à Comissão do concurso pelo suposto plagio. O advogado da instituição apenas
reconheceu as falhas no processo e disse que o instituto pagou pelo conteúdo
das provas. Uma vez que o contratado era uma pessoa idônea, o advogado disse
que não poderia imaginar que o mesmo faria plagio das provas. “Já entramos na
Justiça contra o elaborador da prova de Português”, disse.
Dispensa de licitação
Esperado com ansiedade
pela população de Aracati, o concurso público foi realizado pelo Instituto
Nacional de Gestão Avançada (INGA) no domingo (13), e se revelou num fiasco,
após surgirem várias denúncias de irregularidades cometidas pelo INGA, entre
elas acusações de plagio.
Segundo Tácito Forte, a
revolta de quem se preparou para prestar o concurso faz sentido, uma vez
que estas pessoas perderam tempo para estudar e, ao final, tiveram que ouvir
explicações “chulas” da empresa. “São explicações chuvas de uma empresa piegas
e nós vamos nos calar sobre isso?”, questionou. “O que vai acontecer é uma
afronta, Dra. Liduína, porque justiça pela metade é injustiça”, completou.
Para Tácito Forte, o
Instituto Nacional de Gestão Avançada é empresa que está sem moral e
provou ser ineficiente para realizar o concurso público. “Ninguém confia mais
nessa tal de INGA”, disse.
O vereador lembrou que
este ano, durante algumas sessões da Câmara, chegou a se discutir a dispensa de
licitação para que a prefeitura de Aracati pudesse contratar uma instituição
idônea e séria, como a UFC e a UECE. “Saiu caro para o INGA pagar R$ 42 mil
para alguém ir e dar um control C control V”, disse.
Segundo os cálculos do
vereador, com os R$ 42 mil pagos para copiar a prova, mais os R$ 53 mil gastos
na fiscalização, a empresa teve uma despesa com o concurso de Aracati no valor
de R$ 95 mil. “Vai haver outro concurso, onde serão gastos mais R$ 95 mil, num
total de R$ 190 mil de um contrato total de R$ 207 mil. Essa empresa só vai
lucrar R$ 17 mil?. Isto é conversa para boi dormir”, completou.
Insatisfeitos com as
possíveis irregularidades cometidas nas provas do concurso, um grupo de
candidatos que realizou a prova no dia 13, começaram a colher assinaturas
durante a coletiva. Eles devem encaminhar um abaixo-assinado ao MP, pedindo
anulação do concurso e propondo uma ação coletiva por danos materiais e morais
contra o INGA e a prefeitura de Aracati.
Entenda o caso:
A denúncia do médico
Xavier Maia ao prefeito Ivan Silvério, publicada no facebook do prefeito na
tarde de segunda-feira (14), desencadeou uma onda de denúncias sobre possíveis
fraudes nas provas e o MP entrou no caso. De acordo com o relato do médico ao
prefeito, uma amiga teria feito uma prova do Exame Nacional do Ensino Médio
(ENEM), de 2009, e estranhou a coincidência das questões de português.
Em nota ao site do
jornal Folha de Aracati, o INGA, admitiu que seu controle interno detectou
“defeito técnico” na prova de Língua Portuguesa e que esses defeitos não
apontam qualquer indício de irregularidade no concurso público de Aracati.
Fonte: www.folhadearacati.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário