quinta-feira, 17 de abril de 2014

Aracati: Ministério Público faz duras críticas à INGA e comissão organizadora decide apenas anular as provas


A promotora Liduína Maria de Souza Martins fez duras críticas à atuação do Instituto Nacional de Gestão Avançada (INGA) no concurso público de Aracati, realizado no domingo (13), mas disse que o Ministério Público acatará a decisão tomada pela Comissão Organizadora do Concurso Público, que optou em apenas anular as provas aplicadas.

De acordo com a representante do Ministério Público, a comissão identificou plagio nas provas, por isso optou pela nulidade das provas de modo integral.

A representante do Ministério Público Estadual classificou de falhas absurdas as atrapalhadas do INGA ao deixar de cumprir a 10ª cláusula do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinada em 31 de março pelo MP, Defensoria Pública e Comissão organizadora do Concurso. Na cláusula, o INGA se comprometia a aplicar as provas com questões inteiramente novas, que não fossem idênticas ou similares (com a reordenação de termos) às que tenham sido aplicadas em quaisquer outros concursos públicos anteriores, o que não ocorreu.

Ao optar pela anulação da prova e não o seu cancelamento, a Comissão levou em consideração um desgaste maior que um novo processo licitatório exigiria.

A promotora lembrou que a anulação de provas não é um fato inédito em Aracati ou em qualquer lugar. “Aqueles que se sentirem prejudicados devem procurar a Justiça”, disse a promotora.

Ao ser questionado pelo repórter da Folha de Aracati se o INGA não se sentia envergonhado pelos transtornos causados aos candidatos e pelo suposto plagio, o advogado da instituição reconheceu as falhas no processo e disse que o instituto pagou pelo conteúdo das provas. Uma vez que o contrato era uma pessoa idônea, o advogado disse que não poderia imaginar que o mesmo faria plagio das provas. “Já entramos na Justiça contra o elaborador da prova de Português”, disse.

Insatisfeitos com as possíveis irregularidades cometidas nas provas do concurso, um grupo de candidatos que realizou a prova no dia 13 de abril, se prepara para colher assinaturas para um abaixo-assinado, propondo uma ação coletiva por danos materiais e morais contra o INGA e a prefeitura de Aracati e pedir a anulação do concurso.

Entenda o caso:

A denúncia do médico Xavier Maia ao prefeito Ivan Silvério, publicada no facebook do prefeito na tarde de segunda-feira (14), desencadeou uma onda de denúncias sobre possíveis fraudes nas provas e o MP entrou no caso. De acordo com o relato do médico ao prefeito, uma amiga teria feito uma prova do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), de 2009, e estranhou a coincidência das questões de português.

Em nota ao site do jornal Folha de Aracati, o INGA, admitiu que seu controle interno detectou “defeito técnico” na prova de Língua Portuguesa e que esses defeitos não apontam qualquer indício de irregularidade no concurso público de Aracati.


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