Tombado
como patrimônio nacional, o Centro da cidade, agora recuperado, está mais
atrativo ao visitante
Foto: LC Moreira |
Foto: Alex Costa |
Nem sempre quem ouviu falar em Canoa Quebrada
tem noção de que está falando do território onde o europeu deu a primeira
pisada para a colonização do Ceará. Ou ainda que foi berço de importantes
movimentos de resistência colonial. Cidade normalmente conhecida pelo turismo
praiano, Aracati, merece, mais do que nunca, ser visitada também por sua
história. Edificações do século XVIII, como igrejas, residências e museus,
ainda guardam nas fachadas a herança da presença portuguesa na região. Os
azulejos da época colonial são de alto valor, formando um dos mais expressivos
patrimônios culturais e arquitetônicos do Estado. E é por isso que a cidade não
deve ficar de fora do roteiro de cearenses e de quem vem de fora a partir desta
temporada.
Seu centro histórico, tombado em 2001 pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio
nacional vem passando por expressivo trabalho de recuperação de ruas, uniformização
de calçadas, praças e iluminação que prometem realçar mais ainda toda essa
riqueza cultural.
Investimento de R$ 18 milhões aplicado pelo
governo estadual, por meio da Secretaria do Turismo (Setur-CE), é que pretende
dar nova vida ao município. Segundo o atual titular da pasta, Bismarck Maia, em
mais seis meses, todo o projeto, que levou sete anos para ser concebido e
começou a ser executado em dezembro do ano passado, deverá estar concluído, o
que não impede que já possa ser contemplado desde já, pois muito do que se
prevê encontra-se pronto, à espera do visitante. "A Igreja Matriz de Nossa
Senhora do Rosário, por exemplo, conta agora com uma grande área, um imenso
espaço público para abrigar festas religiosas e também como para o lazer da
população", exemplifica.
O patrimônio arquitetônico da cidade inclui
ainda a Igreja do Bonfim, a Casa de Adolfo Caminha, o Teatro Moderno, o prédio
da Confederação do Equador, Museu Sacro (Casa de Câmara e Cadeia), o Museu
Jaguaribano - antiga residência do Barão de Aracati -, a Biblioteca Pública, o
Centro de Artesanato, entre outros. O conjunto de casas térreas e sobrados da
Rua Coronel Alexanzito, a popular Rua Grande, também faz parte do acervo
histórico de Aracati, que soma mais de 2.500 edificações.
Filhos
ilustres
Para quem não sabe, a cidade é a terra onde
nasceu o revolucionário Eduardo Angelim, e também o romancista Adolfo Caminha,
o primeiro bispo cearense, Dom Manuel do Rego Medeiros, o abolicionista Dragão
do Mar e o ator Emiliano Queiroz. Outra curiosidade histórica de Aracati,
emenda Bismarck, vem da gastronomia. Considerado por muitos como o melhor
picolé do Ceará, o "Zé da Sofia", confeccionado artesanalmente com a
mais pura fruta, ainda está lá para o deleite do visitante. "Este picolé é
referência da cidade, há muitas décadas", fala.
Ainda de acordo com ele, as obras em execução
no Centro histórico, em conjunto com outras já realizadas pela Setur-CE, como o
Aeroporto Dragão do Mar, a duplicação da CE-040 e a atração do hangar de
manutenção de jatos executivos da TAM completam os esforços para impulsionar o
fluxo turístico da região e torná-la uma das mais atraentes do Brasil. (ADJ)
Fonte: Caderno Turismo – Diário do Nordeste (04/
12/ 14)
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário