Na próxima segunda-feira haverá
uma audiência para tratar da questão do Hospital de Iguatu
Hospital de Iguatu, segundo
as lideranças locais, está agonizando e precisa de socorro do Estado
FOTOS: HONÓRIO BARBOSA
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Os hospitais polos regionais no Interior do Ceará enfrentam dificuldades
financeiras para se manter em funcionamento. A crise vem se agravando a cada
mês ante a falta de repasses de recursos suficientes pelo governo estadual e
federal.
O prefeito de Iguatu,
Aderilo Alcântara, solicitou oficialmente que o governo do Estado que assuma a
gestão da unidade. A proposta, apresentada por meio de ofício, foi entregue,
recentemente, ao secretário de Saúde do Estado, Carlile Lavor, que ainda não se
pronunciou.
Na prática, o gestor
municipal apresentou duas propostas: o Estado assumir a gestão administrativa e
financeira do Hospital Regional de Iguatu Dr. Manoel Batista de Oliveira ou
ampliar o repasse de verba mensal para a instituição. "Estamos aguardando
uma resposta da Secretaria da Saúde do Estado", disse Alcântara.
Na próxima segunda-feira
está prevista a realização de uma audiência na Promotoria de Justiça de Defesa
da Saúde Pública, com a participação da promotora Isabel Porto, do prefeito
Aderilo Alcântara, assessores e representantes da Secretaria da Saúde do
Estado. A audiência foi motivada pelo Ministério Público Estadual (MPE) da
comarca de Iguatu.
A crise financeira, as
reclamações da população sobre a falta de médicos e dos próprios prefeitos da
região Centro-Sul que encaminham pacientes para o hospital polo de Iguatu já
motivaram audiências no Ministério Público Estadual. Na semana passada, foi
realizada a mais recente audiência com a presença de alguns prefeitos e
secretários de Saúde dos municípios, sob a coordenação do promotor de Justiça,
Flávio Pinheiro de Souza. Os gestores municipais reafirmaram a impossibilidade
de ampliar o repasse de verba para o Hospital de Iguatu.
"A saúde está um
caos, não se consegue a transferência de pacientes para o hospital regional de
Juazeiro, que está lotado, e há uma fila de mais de 40 pacientes esperando por
cirurgia traumatológica. Chegamos a uma situação insustentável", disse
Alcântara. O prefeito lembrou que solicitou da Sesa, em 2014, recursos mensais
de R$ 70 mil para a contratação de um anestesista e de um traumatologista, mas
não foi atendido.
Em janeiro passado,
prefeitos da região se encontraram com o secretário Carlile Lavor para mostrar
as dificuldades que a unidade enfrenta e solicitar a ampliação de repasse de
verba por parte do Estado. De lá para cá, mais duas audiências foram realizadas
com o titular da Sesa.
Aprece
O prefeito de Piquet
Carneiro (que integra a microrregião de Iguatu), e presidente da Associação dos
Municípios do Estado do Ceará (Aprece), Expedito José do Nascimento, confirmou
que vem sofrendo cobranças de outras regiões sobre problemas semelhantes no setor
de Saúde. "O governo precisa tratar todas as cidades e regiões com
igualdade, sem privilégios", defendeu. "Estou tentando uma audiência
com o governador para tratar desse tema".
Ainda em janeiro
passado, prefeitos e secretários de Saúde de cidades que têm hospitais polos
reuniram-se, na sede da (Aprece) com o secretário de Saúde do Estado. O esforço
comum é a busca de solução para resolver a crise financeira que se agravou nas
unidades hospitalares. As despesas são elevadas e as receitas escassas, numa
conta que não fecha e traz enormes dificuldades para os gestores.
Há 36 hospitais polos no
Ceará, segundo a Sesa. Dois na Capital e 34 no Interior. São unidades públicas
municipais ou filantrópicas que recebem recursos do governo do Estado e das
prefeituras para ampliar a assistência à população na própria microrregião. As
unidades polos ficam em Cascavel,
Caucaia, Maranguape, Maracanaú, Baturité, Aracoiaba, Canindé, Itapipoca, Aracati, Quixadá, Quixeramobim, Russas,
Limoeiro do Norte, Sobral, Acaraú, Tianguá, Tauá, Crateús, Camocim, Icó,
Iguatu, Brejo Santo, Crato, Várzea-Alegre, Juazeiro do Norte e Barbalha. Alguns
municípios têm mais de uma unidade.
Foram construídos pelo
governo do Estado para atender a macrorregiões, o Hospital Regional do Cariri,
em Juazeiro do Norte, e o Hospital Regional Norte, em Sobral, além do de
Quixeramobim. Há projeto também para construção de uma quarta unidade em Limoeiro
do Norte.
Região Central
As duas maiores cidade
do Centro do Estado, Quixadá e Quixeramobim, enfrentam realidades diferentes.
Enquanto o prefeito de Quixeramobim, Cirilo Pimenta, busca agilizar o início do
funcionamento do Hospital Regional do Sertão Central, cujas obras foram
concluídas no fim do ano passado, o prefeito de Quixadá, João Hudson Bezerra
procura agilizar a ampliação do Hospital Municipal Eudásio Barroso. Os dois
clamam da escassez de recursos mas não têm interesse em entregar a gestão dos seus
hospitais ao Estado.
Desistência
O prefeito de Limoeiro
do Norte, Paulo Duarte, depois de reuniões com o governo do Estado, desistiu de
deixar o status de hospital polo regional para municipal e aguarda novas
parcerias com a Secretaria de Saúde do Estado. O município investe cerca de R$
700 mil por mês no Hospital Deoclécio Lima Verde.
A assessoria de
Comunicação da Sesa informou que repassa por mês R$ 309 mil para o hospital de
Iguatu, que atende a dez municípios (Acopiara, Cariús, Jucás, Catarina, Irapuan
Pinheiro, Mombaça, Piquet Carneiro, Saboeiro, Quixelô e Iguatu). Já o Aderilo
Alcântara afirma que recebe mensalmente R$ 400 mil do governo federal e a
Prefeitura repassa para o hospital cerca de R$ 700 mil.
Mais informações
Hospital Regional de Iguatu
Fone: (88) 3510. 1250
Secretaria da Saúde do Estado
Av. Almirante Barroso, 600
Praia de Iracema
Fortaleza, Ceará
Fone: (85) 3110. 5220
Honório Barbosa
Colaborador
Colaborador
Fonte: Regional – Diário do Nordeste (18/ 04/ 15)
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