sábado, 28 de março de 2015

Tremor de terra assusta moradores de Beberibe

Técnicos da Comissão Estadual da Defesa Civil estiveram no local atingido para acalmar a população
Beberibe. Um tremor de terra de 3.0 graus na Escala Ritcher, ocorrido por volta das 23h25 desta quarta-feira, 25, na localidade de Boqueirão do Cesário, neste município, assustou os moradores. Não houve danos materiais. Mas paredes, telhas, janelas e móveis foram sacudidos. Os relatos da população local revelam que houve um intenso estrondo, que foi confundido inicialmente com um trovão.


Na tarde de ontem, técnicos da Comissão Estadual de Defesa Civil (Cedec) e da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil estiveram na localidade participando de uma reunião com os moradores com o objetivo de prestarem esclarecimentos sobre o que são abalos sísmicos e acalmar a população, que teme repetição do tremor de terra.


Os relatos dos moradores são semelhantes. "Estava dormindo e acordei com a grade da janela balançando. O armário também tremeu e houve um estrondo como se fosse um trovão", contou a diretora do Centro de Educação Municipal Betesda, em Boqueirão do Cesário, Dalva Silva, que mora na localidade de Boa Vista. "O tremor foi sentido em toda a vizinhança", disse.


No dia seguinte, na escola, funcionários comentavam a todo instante a experiência sentida com o forte tremor de terra. "Foi rápido, mas foi assustador", contou a secretária escolar, Maria de Jesus Ramos, mais conhecida por Rosângela. "Estava cochilando quando ouvi as paredes e o telhado tremendo", disse. "Abri a veneziana da janela e vi as pessoas do lado de fora, conversando".


Os moradores, no primeiro momento, pensaram que o barulho era de trovão, mas logo viram o céu limpo, sem praticamente nenhuma nuvem. Outros imaginaram que poderia ter ocorrido um acidente de carro, já que a localidade de Boqueirão de Cesário é cortada pela BR-116 e há, com certa frequência, tombos e batidas de veículos. O coordenador escolar, Raul Batista, contou que estava acordado no momento do tremor de terra. "Estava deitado e ouvi a porta bater, as telhas se mexendo e um barulho parecido com um trovão", disse. "Os vizinhos saíram de casa e meus amigos também passaram pela mesma situação".


O técnico em sismologia, Francisco Brandão, da Cedec, disse que é comum ocorrência de abalos sísmicos no Ceará. "A Defesa Civil do Estado faz o monitoramento e acompanhamento em parcerias com universidades", disse. "O tremor mais recente ocorrido em Boqueirão de Cesário teve magnitude de 3.0 graus na Escala Ritcher e foi percebido pela população, mas não houve relatos de danos materiais". O epicentro foi próximo da localidade e o tremor não foi sentido por moradores de outros locais como Morada Nova, Palhano e da Serra do Félix.


Em nota, a Cedec esclarece que o evento poderá ser precedido de tremores secundários, porém de menor magnitude. É importante que a população fique atenta, uma vez que o Ceará apresenta em suas estatísticas sísmicas ocorrências de magnitudes variadas.


A magnitude do tremor verificado na localidade do Boqueirão de Cesário foi medida pela Estação Sismológica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).


Visita


Brandão e outros técnicos foram até a localidade de Boqueirão de Cesário, na tarde de ontem, para prestarem esclarecimentos aos moradores, tirarem dúvidas e distribuírem uma cartilha explicativa sobre abalos sísmicos. "Mais de 40 municípios já registraram tremores de terra no Ceará", frisou. "O primeiro registro é de 1807, em Pereiro".


O maior abalo das regiões Norte e Nordeste ocorreu em Pacajus, em 1980, com 5,2 graus na Escala Ritcher. "É um fenômeno recorrente, e não previsível", explicou Brandão. "Os danos causados dependem da profundidade do sismo e da magnitude. Quanto mais profundo, menor dano pode causar".


Mais informações:


Comissão Estadual de Defesa Civil
Fone: (85) 3101. 2115
Honório Barbosa
Colaborador




Fonte: Regional – Diário do Nordeste (28/ 03/ 15)

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