Técnicos da Comissão Estadual da Defesa Civil
estiveram no local atingido para acalmar a população
Beberibe. Um tremor de terra de 3.0
graus na Escala Ritcher, ocorrido por volta das 23h25 desta quarta-feira, 25,
na localidade de Boqueirão do Cesário, neste município, assustou os moradores.
Não houve danos materiais. Mas paredes, telhas, janelas e móveis foram
sacudidos. Os relatos da população local revelam que houve um intenso estrondo,
que foi confundido inicialmente com um trovão.
Na tarde de
ontem, técnicos da Comissão Estadual de Defesa Civil (Cedec) e da Coordenadoria
Municipal de Defesa Civil estiveram na localidade participando de uma reunião
com os moradores com o objetivo de prestarem esclarecimentos sobre o que são
abalos sísmicos e acalmar a população, que teme repetição do tremor de terra.
Os relatos dos
moradores são semelhantes. "Estava dormindo e acordei com a grade da
janela balançando. O armário também tremeu e houve um estrondo como se fosse um
trovão", contou a diretora do Centro de Educação Municipal Betesda, em
Boqueirão do Cesário, Dalva Silva, que mora na localidade de Boa Vista. "O
tremor foi sentido em toda a vizinhança", disse.
No dia seguinte,
na escola, funcionários comentavam a todo instante a experiência sentida com o
forte tremor de terra. "Foi rápido, mas foi assustador", contou a
secretária escolar, Maria de Jesus Ramos, mais conhecida por Rosângela.
"Estava cochilando quando ouvi as paredes e o telhado tremendo",
disse. "Abri a veneziana da janela e vi as pessoas do lado de fora,
conversando".
Os moradores, no
primeiro momento, pensaram que o barulho era de trovão, mas logo viram o céu
limpo, sem praticamente nenhuma nuvem. Outros imaginaram que poderia ter
ocorrido um acidente de carro, já que a localidade de Boqueirão de Cesário é
cortada pela BR-116 e há, com certa frequência, tombos e batidas de veículos. O
coordenador escolar, Raul Batista, contou que estava acordado no momento do
tremor de terra. "Estava deitado e ouvi a porta bater, as telhas se
mexendo e um barulho parecido com um trovão", disse. "Os vizinhos
saíram de casa e meus amigos também passaram pela mesma situação".
O técnico em
sismologia, Francisco Brandão, da Cedec, disse que é comum ocorrência de abalos
sísmicos no Ceará. "A Defesa Civil do Estado faz o monitoramento e
acompanhamento em parcerias com universidades", disse. "O tremor mais
recente ocorrido em Boqueirão de Cesário teve magnitude de 3.0 graus na Escala
Ritcher e foi percebido pela população, mas não houve relatos de danos
materiais". O epicentro foi próximo da localidade e o tremor não foi
sentido por moradores de outros locais como Morada Nova, Palhano e da Serra do
Félix.
Em nota, a Cedec
esclarece que o evento poderá ser precedido de tremores secundários, porém de
menor magnitude. É importante que a população fique atenta, uma vez que o Ceará
apresenta em suas estatísticas sísmicas ocorrências de magnitudes variadas.
A magnitude do
tremor verificado na localidade do Boqueirão de Cesário foi medida pela Estação
Sismológica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Visita
Brandão e outros
técnicos foram até a localidade de Boqueirão de Cesário, na tarde de ontem,
para prestarem esclarecimentos aos moradores, tirarem dúvidas e distribuírem
uma cartilha explicativa sobre abalos sísmicos. "Mais de 40 municípios já
registraram tremores de terra no Ceará", frisou. "O primeiro registro
é de 1807, em Pereiro".
O maior abalo
das regiões Norte e Nordeste ocorreu em Pacajus, em 1980, com 5,2 graus na
Escala Ritcher. "É um fenômeno recorrente, e não previsível",
explicou Brandão. "Os danos causados dependem da profundidade do sismo e
da magnitude. Quanto mais profundo, menor dano pode causar".
Mais informações:
Comissão Estadual de Defesa Civil
Fone: (85) 3101. 2115
Fone: (85) 3101. 2115
Honório Barbosa
Colaborador
Colaborador
Fonte: Regional – Diário do
Nordeste (28/ 03/ 15)
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