quinta-feira, 24 de abril de 2014

Fortaleza: Planta exótica floresce após 40 anos. Fenômeno é raro

A espécie de palmeira é originária do Sri Lanka. No país de origem, a floração pode durar até 80 anos


Um fenômeno raro ocorre nos jardins da sede do Banco do Nordeste (BNB), no bairro Passaré. Após 40 anos, uma palmeira da espécie Coryphaumbraculifera, conhecida como palma talipot, começou a florar desde o ano passado. Originária do Sri Lanka, a planta foi trazida pelo paisagista Roberto Burle Marx a Fortaleza. O paulista, que foi responsável pela arborização dos jardins da sede administrativa do banco, gostava de trabalhar com plantas exóticas. No Sri Lanka, a espécie chega a demorar 80 anos para florescer e morrer. 

Segundo o engenheiro agrônomo Mário Fraga, membro da célula de meio ambiente do BNB, os funcionários do banco começaram a perceber a modificação na planta. Foi a curiosidade que levou Fraga a buscar informações. “As pessoas estranhavam porque nunca a planta ficou dessa maneira. Nas pesquisas, descobrimos que ela tem mesmo essa singularidade. O ciclo de floração dessa planta é único”, diz.


Mauro Ferreira, 43, que cuida das plantas do prédio há 15 anos, relata que se espantou quando viu a vegetação florescer. “Eu dizia pra todo mundo que essa era a única planta que não dava flor nem fruto. Foi uma surpresa quando ela ficou cheia assim”, relata. O jardineiro diz ainda que vai sentir falta da palmeira, mas o sentimento será compensado pelo crescimento de outras plantas da mesma espécie no lugar. Existem outras duas palmeiras do tipo nos jardins da instituição.


Tentando registrar a evolução do fenômeno, a diagramadora Carminha Campos, 57, fotografa todos os dias a planta. Ela conta que nos primeiros dias a diferença era notória. Agora, a funcionária relata que a evolução é menor, pois já se aproxima o fim do processo e, consequentemente, a morte da palmeira. “Gostava de fotografar o fenômeno porque, além de belo, é raro. Queria ter esse registro”, afirma. 

Saiba mais


Essa não é a primeira vez que o fenômeno acontece no Brasil. Em 2009, as espécies da palmeira plantadas por Burle Marx no Jardim Botânico do Rio de Janeiro floresceram juntas, impressionando os frequentadores do local. As plantas demoraram aproximadamente o mesmo período observado no Ceará para florescer na capital carioca. Mario Fraga acredita que as condições climáticas reduziram pela metade a espera para a floração das espécies.


O nome Corypha vem do grego Koryphe, que significa “cabeça coroada”, e sua folha já foi utilizada, historicamente, até para escrever. É a maior inflorescência (quando um ramo ou sistema de ramos caulinares possui flores) do reino vegetal, chega a atingir 5 a 7 metros de altura acima das folhas e até 4 metros de diâmetro. Seus frutos têm coloração verde acastanhado, sendo arredondados em torno de 3 centímetros, e suas flores têm sempre a coloração creme, aparentando hastes de plumas.


Fonte: Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócio (APTA).

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