Por Ricardo Costa, da Redação.
Melão
que os asiáticos gostam é o da variedade Cantalupe Amarelo, mas a Agrícola
Famosa já testa outras variedades
Berlim. Usando
"segredos profissionais" que envolvem uma "logística de
transporte exclusiva", a Agrícola Famosa - maior produtora e exportadora
brasileira de melão, com fazendas de produção em Icapuí, Quixeré e Tabuleiros
de Russas, no Ceará - começou a exportar para a China, onde essa fruta é muito
consumida e por isto mesmo vale quase como ouro. Falando com todo esse
entusiasmo, o diretor comercial da empresa, Carlo Porro, informou, ao Diário do
Nordeste, que a primeira exportação de melão para os chineses foi feita em
novembro passado e demorou 34 dias para chegar no continente asiático. O
empresário Carlo Porro participa da Fruit Logistica, em Berlim, onde trata de
negócios com representantes de várias empresas europeias Fotos: Divulgação
Porro
revelou que da fazenda da Agrícola Famosa, em Icapuí, até o Porto de
Santos, em São Paulo, "foram quatro dias de caminhão". Depois, mais
30 dias de navio até o destino final na China. "Mandamos 25 contêineres de
40 pés e todo o carregamento chegou em excelentes condições, sendo
imediatamente distribuída ao mercado consumidor pelo importador", detalhou
Carlo Porro.
Ele
adiantou que sua empresa - diante do êxito da logística - pretende agora
ampliar suas exportações para outros países da Ásia. Os asiáticos adoram melão.
Para que se tenha uma ideia dessa preferência consumidora, basta dizer que, em
Tóquio, no Japão, a fruta pode custar de US$ 50 a US$ 100, dependendo do seu
tamanho. O diretor comercial da Agrícola Famosa está em Berlim, participando da
Fruit Logistica e mantendo - como aconteceu ontem - "reuniões uma atrás da
outra" em seu estande, no Pavilhão 23 do Messe Berlim, o gigantesco Centro
de Eventos da capital alemã.
Participantes
europeus folheiam a revista Frutos do Ceará, do Diário do Nordeste
Carlo
Porro disse, após uma dessas reuniões com importadores europeus e asiáticos,
que, no próximo sábado, viajará para Londres, para contatos com importadores do
Reino Unido, devendo, em seguida, tomar o rumo de Pequim, "para novos
contatos com os importadores chineses", revelou.
Remessa semanal
Mas
ele deixou escapar a notícia - motivo de sua viagem à capital chinesa - de que
está perto de celebrar um contrato para a exportação semanal de 25 contêineres
de 40 pés, "só de melão para a China". O melão que os asiáticos
gostam é o da variedade Cantalupe Amarelo, mas a Agrícola já testa outras
variedades, "tudo para satisfazer o mercado asiático, que paga 25% a mais
do que o europeu pelo melão brasileiro". Para que os novos negócios de sua
empresa com os chineses deem certo, será necessário "vencer o grande
desafio, que são a pós-colheita e a logística de transporte, que envolve longo
tempo de viagem da fruta, algo que já estamos vencendo com nossa própria
criatividade", afirma Porro.
Custos
Além
da China, há outros desafios que a Agrícola Famosa também terá de superar, um
dos quais é o aumento dos custos da próxima safra 2013/2014. Entre esses
custos, ele cita o do frete rodoviário e marítimo por causa do recente aumento
dos preços dos combustíveis e também porque o Brasil perdeu o benefício do
Forma, uma taxa que voltará a ser cobrada pela Comunidade Europeia. "Isso
elevará em US$ 1 o valor do frete marítimo", salienta.
EGÍDIO SERPA COLUNISTA. O
jornalista viajou a convite do Sebrae-CE. Diário apresenta revista
em Berlim
Berlim. Foi
distribuída ontem na Fruit Logistica, maior feira de frutas e hortaliças do
mundo, a revista Frutos do Ceará, editada pelo Diário do Nordeste especialmente
para o evento. É a terceira vez consecutiva que essa publicação é feita para
divulgar, entre os importadores, técnicos, cientistas e demais profissionais
presentes à feira, os avanços que o Estado do Ceará e seus empresários vêm
alcançando nessa área do agronegócio. Com 80 páginas e impressa em papel
chouché, a revista ocupa todos os estandes das empresas brasileiras na Fruit
Logistica. Para algumas dessas empresas a publicação chega a ser a sua
principal folheteria. E como todos os textos estão impressos em português,
inglês e alemão, há um claro interesse dos que visitam os estandes.
Para
o empresário e pesquisador francês Régis Molenat, gerente da Sarl Arc En Ciel -
que produz tomate, oliva e uva para vinho na região de Provence - o conteúdo da
revista Frutos do Ceará interessa a ele por dois motivos: primeiro, porque
mostra que no Nordeste do Brasil há uma fruticultura de alto padrão; segundo,
porque, como ele já mantém contato com o Ceará, para onde viajará de novo no
próximo dia 17, "fico atualizado sobre a área de minha atuação".
Molenat
está há um ano prestando consultoria a empresários cearenses do agronegócio que
investem em pesquisa para a produção de tomate na serra da Ibiapaba. Na sua
próxima visita ao Ceará, terá encontros com novos empresários interessados em
desenvolver essas pesquisas com algumas variedades de tomate.
Tecnologia
Por
sua vez, Claire Simon, também francesa, responsável pelo setor de exportação da
Savéol - uma cooperativa com 150 produtores associados que produzem tomate na
Bretanha, no Oeste da França, e em Provence, no Sul - também manuseou a
revista, detendo-se na reportagem que aborda as pesquisas que o Ceará empreende
para cultivar maçã, pera, figo, cacau e tomate. "É bom saber que os
empresários do Ceará investem em pesquisa, pois sem ela fica mais difícil de fazer
uma agricultura tecnologicamente moderna", disse. No estande da Agrícola
Famosa, o diretor comercial, Carlo Porro, e executivos entregam exemplares da
revista aos clientes. (ES)
Fonte: Diário do Nordeste
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