Por Ricardo Costa, da Redação.
A razão é queda nos estoques do crustáceo no
litoral cearense, causada pela pesca ilegal. Período seria necessário para a
recuperação
Pescadores e
entidades ligadas à pesca da lagosta reivindicam a suspensão da atividade por
18 meses. A proposta causa é o impacto da pesca ilegal, que diminui estoque do
crustáceo em alto-mar. O intervalo permitiria a recuperação do estoque.
A “moratória” da
pesca da lagosta, como está sendo chamada, iria permitir que os barcos
retornassem ao mar apenas no final do primeiro semestre de 2014. De acordo com
René Schärer, presidente da ONG Terramar e um dos responsáveis pela
mobilização, o prazo iria ajudar na reposição dos estoques marítimos e, até
mesmo, na valorização da lagosta, que, atualmente, é comercializada, em média,
por menos de R$20 pelo pescador.
“Houve um consenso
que as medidas normais de fiscalização não estão funcionando e que precisava
uma medida radical: fechar a pesca, durante 18 meses seguidos, fechando também
a comercialização e exportação. Se não, os barcos ilegais continuariam a
abastecer o mercado e nada mudaria”, explica René. Em virtude da dificuldade de
encontrar lagosta no mar, no ano passado, muitos barcos suspenderam a pesca,
antes do mês de outubro, considerado a época de término da captura.
Segundo René, há
16 anos, os barcos lagosteiros da Prainha do Canto Verde, no litoral Leste,
chegavam a capturar até 2000 quilos de cauda do crustáceo por ano, o que dava
uma renda média de R$10 mil anuais para os pescadores. Em 2012, a pesca da
lagosta rendeu apenas um total de 900 quilos.
seguro-defeso
Ainda
de acordo com René, a reivindicação é para que, durante a “moratória”, os
pescadores recebam o seguro-defeso de um salário mínimo, que já é pago pelo
período de seis meses enquanto vigora o defeso da lagosta, que vai de dezembro
ao final de maio. “Também vamos pedir compensação para os donos das jangadas,
que não pescam e que não têm direito ao seguro defeso”.
No comparativo do
ano passado com 2011, a queda na venda do produto para o exterior chegou a 42%
em termos de valor exportado, com apenas US$ 29 milhões comercializados, o pior
desempenho dos últimos sete anos. O Ceará é o maior exportador de lagosta do
País, com participação de quase 60%.
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Os baixos estoques
de lagosta em alto-mar e a pesca ilegal motivaram pescadores a reivindicar a
suspensão da atividade por 18 meses. Em 2012, a exportação de lagosta teve
queda de 42%.
Saiba mais
Pedido
está em análise
De acordo com
Henrique Almeida, diretor de Planejamento e Ordenamento da Pesca Artesanal do
Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), o órgão já foi notificado em relação
ao pedido de “moratória” da pesca da lagosta.
Conforme Almeida,
o assunto foi abordado na última reunião do Comitê Permanente de Gestão da
Pesca da Lagosta (CGPL), realizada nos dias 9 e 10 deste mês. Segundo ele,
caberá ao Subcomitê Científico da Lagosta dar um posicionamento em relação à
demanda.
“Não há o que se
falar inicialmente sem análise previa do Subcomitê cientifico em parar a pesca
da lagosta”, diz o diretor do MPA.
Multimídia
A pesca da lagosta
no Ceará é o Tema do Dia na cobertura de hoje dos veículos do Grupo de
Comunicação O POVO. Confira:
Para escutar: Na rádio O POVO/CBN (FM 95,5), o tema será
discutido no programa Grande Jornal, das 9 às 11 horas, e/ou no programa
Revista O POVO/CBN, das 15 às 17 horas. Na rádio Globo/O POVO, o tema será
discutido no programa Manhã do POVO, às 10 horas.
Para ver - A TV O POVO trará uma matéria sobre o tema no O
POVO Notícias, às 18h30min. Assista à programação pelo canal 48 (UHF), 23 (Net)
e 11 (TV Show). Veja o vídeo na página da TV O POVO no Youtube.
Para ler e opinar: acompanhe a
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