Com o
Núcleo da UFC, Estado passa a ter condições propícias para atrair novas
indústrias
Três indústrias compõem a produção
farmacêutica no Ceará: a Isofarma, no município do Eusébio (a 25,9 quilômetros
de Fortaleza); a Fresenius Kabi, em
Aquiraz (a 32,5km), e a Farmace, em Barbalha (a 503,4km). Com a
consolidação do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) em
Fortaleza e a chegada da Fundação Oswaldo Cruz ao Eusébio, a proposta, conforme
especialistas, é oferecer condições propícias para que outras indústrias se
instalem no Estado.
“Está sendo criada toda essa ambiência para
que seja atrativa às indústrias farmacêuticas que vierem para o Ceará”,
explicou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas,
Farmacêuticas, Colchões e de Material Plástico e Produtos Isolantes
(Sindiquímica), Marcos Soares.
Atrair as grandes indústrias, entretanto, não
é a única pretensão do Estado. Para o titular da pasta estadual da Saúde,
Carlile Lavor, indústrias menores também têm espaço no mercado. Mas a ideia,
com a expansão do polo industrial do Ceará, é acolher mais delas. “O que a
gente pretende é que se tenha um grande desenvolvimento, mas não só das
indústrias tradicionais, à base de fitoterápicos. O Ceará produziu muito
conhecimento na parte de plantas medicinais e é possível o desenvolvimento
nessa área”, exemplificou o secretário.
Outros estados do País também estão na
corrida para ser referência na produção farmacêutica. “São Paulo está na frente
e é o maior centro industrial do Brasil”, alerta Lavor. Depois dele, segundo o
secretário, os estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais seguem no pódio.
Esforços também têm sido constatados em Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Norte,
Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. “Já há uma certa disputa interna
por esse desenvolvimento”, revela.
Incentivo
fiscal
Para que o Ceará garanta um lugar promissor
nessa disputa, o presidente do Sindiquímica, Marcos Soares, diz que o Governo
precisa oferecer benefícios fiscais às indústrias, como a redução do Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em 99%. “Tivemos reunião com
o Ademar Cruz (chefe da Divisão de Ciência e Tecnologia do Itamaraty),
informando que tem uma indústria ucraniana com know how (na produção) de
insulina. A gente até já se prontificou a ver a questão do contrato, mostrar a
estrutura do Estado”, conta.
Um agravante que pode prejudicar a relação
entre a indústria e centros científicos como o Núcleo de Pesquisa e
Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) da Universidade Federal do Ceará (UFC),
por exemplo, é que os investidores locais têm medo de apostar em novos
medicamentos, segundo entendimento da coordenadora do programa de Pós-graduação
em Farmacologia da UFC, Geanne Matos. “A indústria aqui ainda é muito pequena.
Em alguns projetos, ela tem que dar a contrapartida de 50%, mas não quer dar
porque é um tiro no escuro”, explica Matos. Ela diz, ainda, que, para além dos
serviços prestados à indústria, o NPDM foi criado para formar recursos humanos.
“Nós, que fazemos pesquisa, não temos esse imediatismo que ela (a indústria)
tem”. (Luana Severo)
Frase
“A indústria aqui ainda é muito pequena. Em
alguns projetos, ela tem que dar a contrapartida de 50%, mas não quer dar
porque é um tiro no escuro”, Geanne Matos
SAIBA
MAIS
Para especialistas, o espaço destinado ao
polo industrial farmacêutico do Eusébio não é suficiente para atrair indústrias
farmacêuticas para o Estado.
As três grandes indústrias farmacêuticas
no Ceará, começaram desenvolvendo soros para aplicação intravenosa.
Para o secretário da Saúde, Carlile
Lavor, um polo industrial como o do Eusébio significa empregos de alto nível.
“São especialistas, mestres, doutores, pesquisadores. É um nível de indústria
que o mundo todo quer”.
Fonte: Ciência e Saúde – Jornal O povo (15/ 03/ 15)
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