domingo, 27 de janeiro de 2013

"Festmar" pode se tornar internacional


Por Ricardo Costa, da Redação.
Festival Nacional de Teatro de Rua (Festmar), realizado todos os anos em Aracati, no Litoral Leste, é referência na produção cênica de grupos teatrais independentes. Em 2012, houve participação de oito Estados FOTO: MELQUÍADES JÚNIOR

Fortaleza. Uma das maiores iniciativas em produção teatral no litoral do Ceará pode se tornar internacional neste ano. É o que se projeta para o Festival Nacional de Teatro de Rua, sediado todos os anos em Aracati e que reúne Estados de Nordeste, Sul e Sudeste. É também uma das metas da Rede de Arte de Rua (Raru Brasil), criada durante o último festival, em dezembro de 2012.

O último Festmar, realizado um mês atrás em Aracati, reuniu 250 artistas de Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Amapá, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Do Ceará, marcaram presença as cidades de Aquiraz, Guaiuba, Quixeramobim, Sobral, Crato, Barbalha, Icó, Maracanaú, Boa Viagem, Crateús e Aracati. O festival não tem caráter competitivo, mas para promover troca de experiências.

O Festival Nacional de Teatro de Rua em Aracati surgiu em 1999, idealizado pelo professor Tinoco Luna e tendo por iniciativa o Grupo Teatral Frente Jovem. O evento começou apenas com grupos de Aracati, depois passou a receber outros municípios, e agora recebe Estados brasileiros de Nordeste a Sul. Realizam o evento o Instituto Aracupira de Cultura Brasileira (IACB), Ponto de Cultura do Grupo Teatral Frente Jovem.

Experimentação

De acordo com Teobaldo Silva, coordenador do Festmar, a Raru Brasil é um movimento que congrega grupos, coletivos e artistas de diversos Estados brasileiros que reconhecem a rua como espaço privilegiado para apresentação, experimentação e diálogo das diversas linguagens artísticas, bem como lugar de democratização e aproximação da relação artista-arte-público.

"Queremos atuar na perspectiva de desenvolver suas ações a partir da seguinte plataforma política: potencialidade das ações dos grupos e artistas através de um canal permanente de discussão, divulgação e colaboração, defesa e proposição de políticas públicas para cultura e ações de intercâmbio entre os seus membros, a partir de residências artísticas com caráter de gentilezas e trocarias estéticas, artísticas e formativas", explica Teobaldo. Como ele, outros produtores teatrais do Interior tem coincidências vivas: a resistência pela manutenção das produções diante do quase nenhum apoio do poder público.

Os artistas da Frente Jovem anseiam a inserção de representantes de outros países no âmbito da América Latina ao evento, que é realizado numa cidade há muito internacional - em Aracati está a famosa praia de Canoa Quebrada.

Não é só o fato de estar diante de uma plateia espontânea e despreparada (os passantes na rua são surpreendidos com as intervenções) que o teatro de rua é reverenciado: com todos os custos para se montar um espetáculo, é a encenação em praça pública a que dá mais praticidade aos produtores.

Quase nenhuma cidade no Ceará possui teatro municipal. As poucas que possuem ainda pecam na estrutura. "E chamar uma plateia para a rua não é difícil, porque na rua eles já estão. Nós vamos pra lá. Já se eles vão nos assistir é o poder de atração que irá dizer", afirma o ator Manuel Macedo, do município de Maracanaú.

Com um cenário modesto, é o figurino e, especialmente, o talento do ator, que fazem o público do teatro de rua.

Bem sabem o que é isso grupos como Oficarte (Russas), Dona Zefinha (Itapipoca), Teatro de Careta (Fortaleza),Grupo Juka de Teatro (Arneiroz), e Companhia Íkaros de Artes cênicas (Jaguaribe).

MELQUÍADES JÚNIOR
REPÓRTER




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