Festival
Nacional de Teatro de Rua (Festmar), realizado todos os anos em Aracati, no
Litoral Leste, é referência na produção cênica de grupos teatrais
independentes. Em 2012, houve participação de oito Estados FOTO: MELQUÍADES JÚNIOR
Fortaleza. Uma das maiores iniciativas em produção teatral no litoral do
Ceará pode se tornar internacional neste ano. É o que se projeta para o
Festival Nacional de Teatro de Rua, sediado todos os anos em Aracati e que
reúne Estados de Nordeste, Sul e Sudeste. É também uma das metas da Rede de
Arte de Rua (Raru Brasil), criada durante o último festival, em dezembro de
2012.
O último Festmar, realizado um mês atrás
em Aracati, reuniu 250 artistas de Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte,
Amapá, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Do Ceará,
marcaram presença as cidades de Aquiraz, Guaiuba, Quixeramobim, Sobral, Crato,
Barbalha, Icó, Maracanaú, Boa Viagem, Crateús e Aracati. O festival não tem
caráter competitivo, mas para promover troca de experiências.
O Festival Nacional de Teatro de Rua em Aracati surgiu em 1999, idealizado pelo
professor Tinoco Luna e tendo por iniciativa o Grupo Teatral Frente Jovem. O
evento começou apenas com grupos de Aracati, depois passou a receber outros municípios,
e agora recebe Estados brasileiros de Nordeste a Sul. Realizam o evento o
Instituto Aracupira de Cultura Brasileira (IACB), Ponto de Cultura do Grupo
Teatral Frente Jovem.
Experimentação
De acordo com Teobaldo Silva, coordenador do Festmar, a Raru Brasil é um
movimento que congrega grupos, coletivos e artistas de diversos Estados
brasileiros que reconhecem a rua como espaço privilegiado para apresentação,
experimentação e diálogo das diversas linguagens artísticas, bem como lugar de
democratização e aproximação da relação artista-arte-público.
"Queremos atuar na perspectiva de desenvolver suas ações a partir da
seguinte plataforma política: potencialidade das ações dos grupos e artistas
através de um canal permanente de discussão, divulgação e colaboração, defesa e
proposição de políticas públicas para cultura e ações de intercâmbio entre os
seus membros, a partir de residências artísticas com caráter de gentilezas e
trocarias estéticas, artísticas e formativas", explica Teobaldo. Como ele,
outros produtores teatrais do Interior tem coincidências vivas: a resistência
pela manutenção das produções diante do quase nenhum apoio do poder público.
Os artistas da Frente Jovem anseiam a inserção de representantes de outros
países no âmbito da América Latina ao evento, que é realizado numa cidade há
muito internacional - em Aracati está a famosa praia de Canoa Quebrada.
Não é só o fato de estar diante de uma plateia espontânea e despreparada (os
passantes na rua são surpreendidos com as intervenções) que o teatro de rua é
reverenciado: com todos os custos para se montar um espetáculo, é a encenação
em praça pública a que dá mais praticidade aos produtores.
Quase nenhuma cidade no Ceará possui teatro municipal. As poucas que possuem
ainda pecam na estrutura. "E chamar uma plateia para a rua não é difícil,
porque na rua eles já estão. Nós vamos pra lá. Já se eles vão nos assistir é o
poder de atração que irá dizer", afirma o ator Manuel Macedo, do município
de Maracanaú.
Com um cenário modesto, é o figurino e, especialmente, o talento do ator, que
fazem o público do teatro de rua.
Bem sabem o que é isso grupos como Oficarte (Russas), Dona Zefinha (Itapipoca),
Teatro de Careta (Fortaleza),Grupo Juka de Teatro (Arneiroz), e Companhia
Íkaros de Artes cênicas (Jaguaribe).
MELQUÍADES JÚNIOR
REPÓRTER
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