O aumento no número de
pirambebas (uma espécie de piranha) na Lagoa do Catu tem afastado os banhistas
do local. O problema já se arrasta há, pelo menos, quatro anos. Governo promete
implantar projeto em 2014
O cenário é paradisíaco.
Cercada por dunas e vegetação, a Lagoa do Catu, em Aquiraz (a 32,3 km de
Fortaleza), é um local perfeito para descanso e lazer. Mas a chegada de um
visitante inesperado tem tirado o sossego dos banhistas. São as pirambebas
(piranhas brancas), que chegaram de “penetra” e estragaram a festa dos
frequentadores.
O problema está no fato
do peixe atacar os banhistas. No dia 26 de julho, um turista de São Paulo foi
vítima das pirambebas do Catu. Paulo Vitor Baptista, 15, decidiu escorregar pelo
“insano natural”, uma espécie de tobogã que desce pela duna até a lagoa e é a
principal atração do lugar. Assim que caiu na água, o adolescente foi mordido
pela piranha.
A comerciante Edilene
Rodrigues, 47, que mantém uma barraca na beira da lagoa há sete anos, afirma
que a espécie de peixe apareceu em 2009. Nesses quatro anos, Edilene viu o
número de frequentadores da lagoa despencar. Além disso, por ser carnívora, a
pirambeba praticamente extinguiu as outras espécies de peixes no Catu.
“A lagoa é o lazer do
povo de Aquiraz, só que (muita gente) deixou de frequentar por isso (ataque das
pirambebas)”, afirma a também comerciante Anália Correia, 47. Segundo ela, já
se tentou fazer um controle do peixe com espécies predadoras, mas o resultado
não foi satisfatório.
Pirambeba
Pirambeba
O professor doutor do
Departamento de Engenharia de Pesca e pesquisador do Instituto de Ciências do
Mar (Labomar) da UFC, Hiran Costa, informa que, atualmente, a pirambeba está
presente em todas as bacias hidrográficas do Ceará.
Segundo ele, as piranhas
da Lagoa do Catu são, originalmente, do açude Lima Campos, em Icó. Através de
um canal, elas chegaram ao açude Orós e à bacia do rio Jaguaribe. “Com a
construção do Canal do Trabalhador, chegaram à bacia hidrográfica Metropolitana”,
conclui.
O professor Hiran Costa
explica que, no passado, o Departamento Nacional de Obras Contra as
Secas(Dnocs) fez um trabalho eficiente de controle do peixe, ao utilizar um
composto químico chamado rotenona - proveniente do timbó, que é uma planta
amazônica.
O professor acrescenta
que o uso de predadores biológicos, como o pirarucu e tucunaré comum, também
pode ajudar a reduzir a população de piranhas.
A pirambeba é um dos
três tipos de piranha existentes na América do Sul e o nome científico é
serrasalmus brandti. Chegam a ter mais de 20 centímetros, com, no máximo, meio
quilo. As outras duas espécies são a piranha preta (que alcança mais de 40
centímetros e chega a pesar 3 quilos) e a piranha vermelha (alcança até 40 cm,
com peso médio de 1,5 kg).
Onde
ENTENDA A NOTÍCIA
A Lagoa do Catu está
localizada entre a sede do município de Aquiraz e a Prainha. O aumento no
número de pirambebas tem afastado os banhistas do local.
Serviço
Secretaria da Pesca e
Aquicultura do Ceará (SPA)
Telefone: (85) 3241 0554
E-mail:
spa@spa.ce.gov.br
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