terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Litoral Leste | 56% dos bairros estão em alerta contra dengue

A preocupação é que, além da dengue, o mosquito Aedes aegypti transmite ainda a febre chikungunya
Neste período de chuva, o acúmulo de água favorece a rápida reprodução do mosquito transmissor. Há preocupação acentuada em locais como Messejana e Jangurussu que em 2015 já registram, respectivamente, 17 e 12 casos de dengue
O início da quadra chuvosa e, ao mesmo tempo, a necessidade de armazenamento de água fazem do atual período o de maior incidência da dengue em Fortaleza. Por isso, as precauções, agora, para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que também é transmissor da febre chikungunya, têm de ser intensificadas. O último Levantamento Rápido do Índice de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), feito em janeiro pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), apontou que dos 119 bairros da Capital, 67 estão em alerta para a epidemia da doença.


O LIRAa é uma ferramenta do Ministério da Saúde, executada pelos municípios, que utiliza três parâmetros para classificar o índice de infestação predial nas localidades. Os bairros da Capital que apresentam índice de infestação inferior a 1% estão em condição considerada satisfatória. Tal situação, no último levantamento em Fortaleza, foi verificada em 50 bairros. Nos 67 (56%) que estão em alerta, o índice de infestação dos imóveis varia entre 1% e 3,9%.


Infestação


No Bairro Ellery (Regional I) e no São Bento (Regional VI), a situação é mais alarmante. As duas áreas, segundo o coordenador do Controle Vetorial da SMS, Carlos Alberto dos Santos, apresentam risco iminente de surto de dengue, por terem índice de infestação superior a 4%. No São Bento, o índice chegou a 4,04% e no Bairro Ellery, a 6,45%. Nas Regionais, o índice médio verificado foi de 1,08%. A SER VI foi a que teve a maior média, com 1,87%. A menor foi verificada no SER II, com 1,01%.


O coordenador enfatizou que tendo em vista a sazonalidade da dengue, este período, que tem aumento das chuvas e das temperaturas, favorece aceleração do ciclo de reprodução do mosquito e, consequentemente, a maior transmissão da doença.


"É necessário que a cada dia de chuva a população busque nos quintais recipientes que contenham água. Além disso, é preciso alertar que o larvicida que utilizamos nas caixas d'água após 10 e 15 dias da aplicação perde o efeito e são nesses locais que o mosquito faz o ciclo de vida completo", esclarece Carlos ressaltando que, embora o prognóstico seja de chances de uma quadra chuvosa abaixo da média, o envolvimento e o cuidado da população, neste momento, são cruciais para evitar a proliferação do mosquito da dengue.


Casos


De acordo com o Carlos, neste período, o Aedes aegypti leva de sete a dez dias para chegar à fase adulta e, durante 30 dias, a fêmea é capaz de produzir até 31 mil novos mosquitos. O coordenador também informou que há preocupação acentuada nos bairros Messejana e Jangurussu, que em 2015 já registram, respectivamente, 17 e 12 casos de dengue.


Segundo o último boletim epidemiológico, divulgado sexta-feira (20) pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), neste ano, a Capital já contabilizou 121 casos de dengue. A Regional VI lidera com 53 registros, seguida pela I (22), III (15), IV (15), V (12) e II (3). Em 2014, foram 4.945 casos. Até o dia 20 de fevereiro deste ano, foram confirmados 421 casos da doença no Ceará distribuídos em 40 municípios.


Tendo vista os fatores climáticos e a maior vulnerabilidade neste período, a Sesa, também anunciou que, hoje, terá início a segunda fase da operação de pulverização espacial UBV pesado, conhecida como fumacê. A ação consiste na liberação via aérea de gases, que agem por contato, atingindo os mosquitos adultos em voo. A iniciativa será executada em 21 municípios, incluindo a Capital.


Em Fortaleza, oito bairros serão contemplados - Cais do Porto, Jacarecanga, Mucuripe, Praia de Iracema, Praia do Futuro, Meireles, Varjota e Vicente Pinzón. Segundo Carlos, o fumacê foi priorizado nesta região (Regional II) por ser a área da orla que concentra maior fluxo de turistas e potencialmente pode ter casos da febre chikungunya, transmitida também pelo Aedes aegypti. Em 2014, o Ceará registrou seis casos importados da doença, sendo quatro na Capital.


Além da capital cearense, a operação também percorrerá os municípios de Aquiraz, Pindoretama, Aracati, Itaiçaba, Icapuí, Fortim, Beberibe, Cascavel, Jijoca de Jericoacoara, Acaraú, Itarema, Cruz, Amontada, Itapipoca, Trairi, Paraipaba, Paracuru, São Gonçalo do Amarante, Caucaia e Camocim.


Mais informações:

Secretaria da Saúde do Estado
0800.275.1520
Secretaria Municipal de Saúde
0800.275.1364


Thatiany Nascimento
Repórter




Fonte: Cidade –Diário do Nordeste (24/ 02/ 15)

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