quarta-feira, 30 de abril de 2014

Juazeiro do Norte: Falta de acordo faz greve prosseguir


 Os servidores deste município estão em greve por tempo indeterminado, após tentativas de negociações com setores ligados à administração do município. Os trabalhadores reivindicam reajuste de 10,5% e exigem, ainda, que o município realize a criação de gratificação através da chamada qualificação profissional, adicional por insalubridade, gratificação de risco de vida e publique, com a máxima brevidade possível, edital para realização de concurso público para preenchimento de vagas existentes nos diversos setores da municipalidade.

As negociações envolvendo a direção do sindicato e representantes do município vem se arrastando desde a semana que antecedeu o feriado da Semana Santa e de Tiradentes. Na última quarta-feira, depois que a Prefeitura anunciou que realizaria o reajuste à categoria na margem de 6%, dezenas de servidores realizaram manifestação em frente a sede da administração do município. Também houve passeata por algumas ruas do Centro da cidade.

"Nós estamos reivindicando pontos que já foram determinados pela própria Justiça, em momentos anteriores, e que não estão sendo cumpridos pela administração de Juazeiro do Norte", observou a presidente do sindicato, Maria José dos Santos, que participou de nova reunião com os servidores em greve, realizada no início da semana, na sede da entidade.

O encontro resultou na elaboração de um documento a ser endereçado ao Ministério Público Estadual (MP-CE) onde os grevistas pedem que o órgão atue como interlocutor nas negociações junto à administração local. "Nós estamos pedindo a participação do Ministério Público para que não haja prejuízo nos serviços realizados à população devido à deflagração do estado de greve e para que tenhamos maior celeridade nas negociações com o município", explicou Maria José dos Santos.

Segundo a secretária de Gestão de Juazeiro do Norte, Zarele Catonho, as negociações envolvendo o município e representação sindical acontecem desde o início do ano. Em janeiro, conforme afirma, foram reivindicados cerca de 15% de reajuste no salário base de todas as categorias. No decorrer das negociações, no entanto, o índice caiu para 10,5% e, mesmo assim, não há como ser efetivado pelo município.

Motivos

"Há dois fatores que impedem a Prefeitura de cumprir com o que vem sendo solicitado pelos servidores. O primeiro é a diminuição drástica nos municípios em relação aos repasses constitucionais, como o FPM, por exemplo; e o segundo é a necessidade de cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal que proíbe os municípios de gastarem mais de 60% do que arrecadam com pagamento de funcionalismo. Nós já estamos no limite".

Zarele Catonho informou que a Prefeitura aguarda decisão da Justiça, em relação à legalidade ou não da paralisação dos servidores, para que sejam adotadas medidas que possam garantir a manutenção do atendimento à população nos diversos setores da municipalidade. "Havendo a confirmação da legalidade da greve, nós acataremos e a ausência dos servidores serão justificadas. No entanto, caso a greve seja tida como ilegal, nos cumpriremos tudo aquilo que for orientado pela Justiça", frisou a secretária. Segundo ela, até que a decisão seja apresentada, o município mantém o canal de diálogo aberto com os grevistas.





Fonte: Jornal Diário do Nordeste

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