terça-feira, 29 de abril de 2014

Casos de exploração sexual crescem 163%



Violência sexual contra crianças e adolescentes, uma das formas mais perversas de violação dos direitos humanos, é uma realidade constante nas ruas e principais corredores turísticos de Fortaleza. Com a proximidade da Copa do Mundo, chama atenção o significativo aumento do número de casos de exploração sexual, sobretudo no entorno da Arena Castelão, palco dos seis jogos que a Capital irá sediar.

Em três anos, o crescimento foi de 163%. Foram identificados 54 em 2010, saltando para 142 no ano passado. É o que aponta a Associação Barraca da Amizade, instituição que desenvolve programas de enfrentamento à exploração sexual de crianças, adolescentes e jovens, através do projeto Reviver.

O levantamento foi feito pelas equipes de busca ativa da Associação na área que compreende o entorno da Arena Castelão, o entorno da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e nas proximidades da rampa de lixo do Jangurussu.

Adolescentes e jovens representam 59% dos 142 casos identificado em 2013. Mas esse número pode ser ainda maior, uma vez que
Rede não está consolidada

Apesar do alarmante crescimento do número de casos de exploração sexual no entorno da Arena Castelão, não existe, por parte do poder público, uma rede consolidada de combate à exploração sexual infanto-juvenil durante a Copa do Mundo em Fortaleza. Em nota, a Secretaria Municipal de Cidadania e Direitos Humanos (SCDH) informa que o modelo adotado na Copa das Confederações deverá ser mantida no Mundial. Na ocasião, a Prefeitura desenvolveu uma rede de proteção integral à criança e ao adolescente para evitar o abuso e a exploração de todos os tipos, incluindo a sexual.

Em dias de jogos, equipes foram destacadas para as proximidades do Castelão e outros pontos da cidade, como as praias. A SCDH informa ainda que o Conselho Tutelar plantonista esteve em funcionamento para dar suporte às equipes, que contou também com uma central da equipe na sede da SCDH no Parque da Liberdade. "A ação, que contou com o apoio de diversas entidades de defesa de crianças e adolescentes, será replicada durante a Copa do Mundo deste ano", assegura a nota.

O Município conta ainda com a Fundação da Criança e da Família Cidadã (Funci), através da Rede Aquarela - programa que busca a proteção de crianças e adolescentes vítimas de abuso e exploração sexual. A Rede é composta por uma equipe multidisciplinar, que envolve psicólogo, assistente social, arte-educadores e advogado prestando acompanhamento para as vítimas e suas famílias. Com as denúncias recebidas, a Rede Aquarela promove os encaminhamentos devidos à Justiça, polícia, Conselho Tutelar e Ministério Público.

A SCDH também informa que o Espaço Aquarela atualmente funciona no mesmo prédio da Delegacia da Criança e do Adolescente e acolhe as vítimas e seus familiares.

Mais informações:

DisqueDireitosHumanos–
0800.285.0880 (ligação gratuita)

Luana Lima
Repórter


Fonte: Jornal Diário do Nordeste

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