quarta-feira, 30 de abril de 2014

Aracati: Autônomos estão preocupados com situação


A determinação da 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) para que as barracas da praia de Canoa Quebrada sejam realocadas para outro local, tem sido motivo de preocupação não somente dos proprietários de barracas, como também dos vendedores ambulantes e autônomos, que dependem do movimento das barracas para alimentar suas famílias.

Os ambulantes não sabem ao certo como o poder público pretende resolver a questão e cobram do prefeito Ivan Silvério uma imediata solução para o caso. “Há muita informação desencontrada. Uns dizem que não vamos poder vender no novo local”, diz Josilene Costa Barbosa, vendedora de artesanato de palha.

Para muitos ambulantes a transferência de local irá prejudicar suas vendas.

Casado e pai de um filho, Evaldo Costa da Silva trabalha há 15 anos na praia de Canoa Quebrada vendendo telas. Para ele, muitos vendedores serão prejudicados por causa da falta de acesso aos turistas. “Todo mundo que trabalha e depende do movimento das barracas será prejudicado”, diz. Dizendo-se não compreender o entendimento da justiça, Evaldo se diz preocupado com a transferência. “Acho que não deveria sair daqui, uma vez que os turistas já estão acostumados”, lembra. Para o vendedor, além da saída das barracas, outro motivo de preocupação é a quantidade de vendedores ambulantes não cadastrados pela prefeitura. De acordo com o vendedor, como não há mais um cadastro por parte da prefeitura, muitas pessoas vem de fora vender seus produtos em Canoa.

Para o suíço Jerônimo Saunier, que mora e trabalha em Canoa há mais de 30 anos, as barracas não deveriam ser retiradas.

Para ele, foi um erro se permitir o problema por tantos anos. “Já que era proibido explorar, fazer barraca de praia nesse ponto, porque deixaram rolar 40 anos e agora, de repente, querem retirar. Isso também é uma falta de bom senso. Se era para retirar que fizesse muito antes”, analisa.

Jerônimo acredita que outras medidas mais importantes deveriam ser feitas pelos órgãos competentes há muito tempo, como saneamento básico, drenagem, pontos de recolhimento de lixo. “Retirar as barracas é retirar também um pouco da alma de Canoa Quebrada. Aqui há quem trabalha há mais de 40 anos e que dedicaram a vida aqui”.

De acordo com ele, o que diferencia o trecho na praia de Canoa Quebrada e a torna mais atraente ao turista, são justamente as falésias. “Essa retirada é inadequada porque vai descentralizar também o turismo, que vai ser mais monopolizado, menos dividido e toda a comunidade vai sofrer muito com isso”, diz.


Fonte: Folha de Aracati

Nenhum comentário:

Postar um comentário