terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Aquiraz: Neste Natal, adote um amigo pet

Há cães e gatos esperando por um lar no Centro de Adoção da Abrace, grupo de protetores voluntários
Fortaleza O sentimento de solidariedade costuma florescer nas pessoas neste período do ano, quando comemora-se o Nascimento do Menino Jesus. O Filho de Deus nasceu numa manjedoura, entre animais. Um sinal de que todas as criaturas de Deus merecem amor e vida com dignidade. Os protetores de animais sabem muito bem disso e tornam-se verdadeiros heróis em um cotidiano de muita dor e sofrimento. O número de cães e gatos nas ruas das cidades continua crescente. Os motivos são os mais absurdos: abandonam porque o cachorro faz "xixi"; porque a família vai mudar para "um lugar menor"; porque nasceram filhotes; porque está velho e não serve mais para nada; porque está doente... É de pensar o que Jesus diria diante de tanta insensibilidade.

Mas, para alegria da humanidade, Jesus nasce todo dia no coração de muitas pessoas que não estão cegas para os chamados "irmãos menores". Aumenta nas cidades, o número de protetores de animais e entidades afins. Entre elas, destaca-se a Abrace - Uma Causa Animal, que tem como coordenadora-geral a professora Cristiane Angélica Justa Figueiredo. Com esta denominação, a entidade existe desde 2011 na Região Metropolitana de Fortaleza, especialmente na Capital, Eusébio, Aquiraz e Caucaia. A sigla significa Amigos e Benfeitores Reabilitando Animais no Ceará. Mas os integrantes atuam desde 2009, quando se reuniam no grupo Protetores Independentes de Fortaleza.

Desde então, a Abrace alugou uma área que serve como Centro de Adoção. Sim, eles não concordam com o nome abrigo. "Não chamamos de abrigo, e sim de Centro de Adoção. Lá os animais resgatados são cuidados e todos estão para adoção responsável. Não gostamos do termo abrigo porque não queremos que as pessoas tenham ideia de que temos depósitos de animais ou que nos achem na obrigação de receber todos os animais que elas descartam. Recolhemos, por ordem de prioridade, fêmeas gestantes, fêmeas com filhotes, fêmeas com necessidades especiais, filhotes sem mãe. Os demais recolhemos quando é possível e quando surge vaga. Temos lista de espera para ir pro Centro com mais de 100 animais, mas as prioridades citadas passam na frente", explica Cristiane Angélica.

Necessidades

A professora diz que a Abrace sobrevive com bastante dificuldades, pois o grupo é pequeno. Faz cotas entre os membros efetivos, recebe doações de amigos e simpatizantes da causa, faz bazares e pede doação de notas fiscais para cadastro. "Mas sempre tiramos do nosso salário mais do que podemos e isso nos deixa sobrecarregados", declara.

A entidade resgata, trata, vacina, castra e põe os animais para adoção. "Temos um limite máximo de 30 animais e só resgatamos mais outro adulto quando um adulto é adotado. Não temos limite máximo de filhotes, mas evitamos ficar com muitos por conta dos cuidados e então promovemos campanhas de adoção mensais e as vezes até quinzenais, dependendo da necessidade", diz a professora.

A entidade paga aluguel do Centro de Adoção. Além disso, tem custos com água, luz e funcionários. São consumidos cerca de 200 quilos de ração para os animais adultos, e 100kg para os filhotes. Há ainda gastos nas clínicas veterinárias e lojas de medicamentos. Considerando todos estes custos, que também incluem compras de vacinas, vermífugos e vitaminas, a entidade tem um orçamento médio mensal de R$ 5 mil. Esta é a demanda financeira do grupo, que aceita colaborações de todos os valores. Além da demanda financeira, a Abrace também precisa de voluntários. "Para ajudar no Centro de Adoção temos uma escala de dois voluntários por dia e nas feiras precisamos de, pelo menos, seis voluntários para o dia e de uns dez ou mais, para acompanhamento das adoções", afirma.

A Abrace defende que há solução para o abandono de animais nas ruas. A começar pela castração dos cães e gatos. Quanto menos bichinhos nascerem no abandono, menos animais errantes nas ruas. "Os governos estaduais e prefeituras precisam ajudar nesse sentido, criando políticas públicas para castração a baixo custo e gratuita. Em segundo lugar, uma campanha de educação nas escolas e comunidades, para educar as pessoas para a responsabilidade que é criar um animal. Em terceiro lugar, punições mais rígidas para o abandono e maus tratos aos animais", aponta Cristiane Angélica.

Mais informações

Abrace- Uma Causa Animal


Valéria Feitosa
Editora

Fonte: Regional – Diário do Nordeste (23/ 12/ 14)

Nenhum comentário:

Postar um comentário