Paulo Grings, presidente
da empresa, disse em entrevista ao O POVO que são boas as condições oferecidas
pelo Ceará. Fábrica produziria 6 mil pares/dia
Nathália Bernardo nathaliab@opovo.com.br
Paulo Grings, da
Piccadilly: condições oferecidas pelo Ceará são oportunidades de descentralizar
produção da empresa
O presidente da gaúcha
Piccadilly, Paulo Grings, visitará Aracati na próxima segunda-feira para
definir sobre a instalação de uma fábrica no Município. A ideia é aproveitar
mão de obra e instalações da Agabê, que está sendo desativada. Em entrevista ao O
POVO, Grings disse que são boas as condições oferecidas pelo Ceará,
apresentadas em visita da Agência de Desenvolvimento do Estado (Adece).
Segundo Grings, ao
aproveitar a infraestrutura da Agabê, seria possível iniciar a produção em
cerca de 90 dias. A fábrica teria uma média de 400 funcionários – número
próximo ao que tinha a Agabê -, com capacidade de produção de 6 mil pares de
calçados por dia. O investimento necessário ainda não foi levantado. “Isso vai
depender do que produziremos. Se produto de maior valor agregado maior ou
menor. Possivelmente será de menor valor agregado”, diz Grings. Ele ressalta
que as conversas ainda são preliminares, sendo fundamental a visita a ser feita
na próxima semana. A decisão sobre a instalação, ele afirma, pode levar até
quatro meses.
As seis fábricas da
Piccadilly são no Rio Grande do Sul e Grings diz que as condições oferecidas
pelo Ceará são oportunidade de descentralizar a produção, ficando mais próxima
do mercado do Norte e Nordeste e também de outros países. “Chegaríamos ao Ceará
visualizando benefícios como mão de obra, proximidade com mercados consumidores
e frete”. Essas condições, explica Grings, são muito diferentes das encontradas
no Rio Grande do Sul. “O estado do Rio Grande do Sul está em situação
financeira ruim. Se pudesse oferecer alguma coisa, ofereceria. O custo da mão
de obra é alto”.
Grings explica que a
expansão já estava nos planos da Piccadilly e, caso não o que encontrem em
Aracati não atenda aos desejos da empresa, ele não descarta uma planta da
empresa em outro município cearense. “Lá (na área da Agabê), existem pavilhões.
Pelo que vimos em fotos, podemos produzir neles. Se não agradar, vamos
procurar. Temos relacionamento bom com o polo de Juazeiro do Norte, temos
muitos amigos que sabem da nossa ideia”.
Sobre exportações,
Grings explica que essa seria uma possibilidade da fábrica cearense, apesar de
não ser o foco. “Somos empresa brasileira que exporta para 92 países. Nosso
foco maior é interno. Exportamos 25%, 30%, um percentual que procuramos
manter”. Ele diz ainda que as fábricas da empresa trabalham com quase a
totalidade da capacidade instalada, sendo importante a reserva que pode ser
criada com uma nova unidade, mesmo ante momento de arrefecimento do consumo.
“Não é um bom momento, mas é hora de começar a conversar. Crises são momentos
de oportunidade. Quando o mercado estiver bom, a gente ter uma coisa
garantida”, conclui.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
A gaúcha A. Grings
Piccadilly foi fundada em 1955 no município de Igrejinha (RS). Com seis
fábricas no Estado, tem 4.000 colaboradores. A empresa soma 7 mil pontos de
vendas no País e, no Exterior, são 21 lojas exclusivas.
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