quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Presidente visita Aracati para definir sobre nova fábrica

Paulo Grings, presidente da empresa, disse em entrevista ao O POVO que são boas as condições oferecidas pelo Ceará. Fábrica produziria 6 mil pares/dia

Nathália Bernardo nathaliab@opovo.com.br

Paulo Grings, da Piccadilly: condições oferecidas pelo Ceará são oportunidades de descentralizar produção da empresa
O presidente da gaúcha Piccadilly, Paulo Grings, visitará Aracati na próxima segunda-feira para definir sobre a instalação de uma fábrica no Município. A ideia é aproveitar mão de obra e instalações da Agabê, que está sendo desativada. Em entrevista ao O POVO, Grings disse que são boas as condições oferecidas pelo Ceará, apresentadas em visita da Agência de Desenvolvimento do Estado (Adece).

Segundo Grings, ao aproveitar a infraestrutura da Agabê, seria possível iniciar a produção em cerca de 90 dias. A fábrica teria uma média de 400 funcionários – número próximo ao que tinha a Agabê -, com capacidade de produção de 6 mil pares de calçados por dia. O investimento necessário ainda não foi levantado. “Isso vai depender do que produziremos. Se produto de maior valor agregado maior ou menor. Possivelmente será de menor valor agregado”, diz Grings. Ele ressalta que as conversas ainda são preliminares, sendo fundamental a visita a ser feita na próxima semana. A decisão sobre a instalação, ele afirma, pode levar até quatro meses.

As seis fábricas da Piccadilly são no Rio Grande do Sul e Grings diz que as condições oferecidas pelo Ceará são oportunidade de descentralizar a produção, ficando mais próxima do mercado do Norte e Nordeste e também de outros países. “Chegaríamos ao Ceará visualizando benefícios como mão de obra, proximidade com mercados consumidores e frete”. Essas condições, explica Grings, são muito diferentes das encontradas no Rio Grande do Sul. “O estado do Rio Grande do Sul está em situação financeira ruim. Se pudesse oferecer alguma coisa, ofereceria. O custo da mão de obra é alto”.

Grings explica que a expansão já estava nos planos da Piccadilly e, caso não o que encontrem em Aracati não atenda aos desejos da empresa, ele não descarta uma planta da empresa em outro município cearense. “Lá (na área da Agabê), existem pavilhões. Pelo que vimos em fotos, podemos produzir neles. Se não agradar, vamos procurar. Temos relacionamento bom com o polo de Juazeiro do Norte, temos muitos amigos que sabem da nossa ideia”.

Sobre exportações, Grings explica que essa seria uma possibilidade da fábrica cearense, apesar de não ser o foco. “Somos empresa brasileira que exporta para 92 países. Nosso foco maior é interno. Exportamos 25%, 30%, um percentual que procuramos manter”. Ele diz ainda que as fábricas da empresa trabalham com quase a totalidade da capacidade instalada, sendo importante a reserva que pode ser criada com uma nova unidade, mesmo ante momento de arrefecimento do consumo. “Não é um bom momento, mas é hora de começar a conversar. Crises são momentos de oportunidade. Quando o mercado estiver bom, a gente ter uma coisa garantida”, conclui.

O quê

ENTENDA A NOTÍCIA

A gaúcha A. Grings Piccadilly foi fundada em 1955 no município de Igrejinha (RS). Com seis fábricas no Estado, tem 4.000 colaboradores. A empresa soma 7 mil pontos de vendas no País e, no Exterior, são 21 lojas exclusivas.


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