quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Aquiraz Violentado – da tranquilidade das portas abertas ao medo do assalto e da morte inesperada

Há um tempo não distante, podíamos caminhar à vontade por toda a cidade de Aquiraz e deixar as portas abertas a qualquer hora do dia, sem o menor medo de assaltos, muito menos de assassinatos. Tínhamos o feliz privilégio de sermos conhecidos como uma cidade calma, tranquila, pacata e ótima de se viver. A insegurança destruiu essa imagem e os bons tempos de tranquilidade.


A insegurança mudou o perfil da cidade. O medo passou a ser um sentimento sempre presente em quem vive ou frequenta a cidade. As pessoas estão mais distantes e desconfiadas umas das outras – isso de uma forma geral –. Nas ruas, não se sabe a que se está exposto, dada a possibilidade de uma iminente ação criminosa, sobretudo nas estradas que interligam os distritos (que, frequentemente, convive com assaltos, principalmente, a motos), completamente desassistidas pela segurança pública. Hoje, por exemplo, não há quem arrisque dar uma carona a quem levanta o polegar na estrada, caso isso ocorra, ação tão comum em tempos passados. Além da mudança desse perfil, uma outra triste realidade tem sido bastante preocupante, a violência na juventude, principal vítima desta nova face. Contudo, nossos vovôs e vovós também são vítimas da violência, com as famosas “saidinhas de banco”, no centro da cidade, onde o assaltante observa a vítima (idoso), espera ela sair do banco, segue-a e a aborda minutos depois tomando seu dinheiro.
Aquiraz, que deveria despontar, ao menos, como uma das principais cidades históricas no Estado do Ceará, em seus 314 anos de fundação, estagnou o desenvolvimento no tempo, aumentou o volume urbano populacional, chegando a passar da casa dos 70 mil habitantes, desproporcional ao ritmo vagaroso da economia, fazendo com que a cidade tenha mais pessoas pobres, sem emprego ou ocupação remunerada. Em paralelo a isso, a falta de investimentos públicos nas áreas do lazer, dos esportes, da cultura, da qualificação profissional, entre outros, consequentemente associadas ao ócio, contribuem para o índice alarmante que a cidade amarga hoje, a de ocupar a triste 5ª colocação no ranking de homicídios dolosos, dentre 184 cidades cearenses.
Medo e Morte
De janeiro a junho deste ano, Aquiraz acumulou o terrível índice de 41 mortes por homicídio doloso (crimes com intenção de matar), correspondendo a quase duas pessoas por semana. O maior alvo dessa chocante estatística é o jovem. Em 2011, Aquiraz somou 52 mortes na mesma modalidade e 56 no ano seguinte. Na metade deste ano, Aquiraz quase bate a estatística dos anos anteriores inteiros. A violência está cada vez mais crescente. Veja números:
Homicídios Dolosos (janeiro a junho/2013)
1º Fortaleza – não puxei os números, mas é disparada a mais violenta
2º Caucaia – 113 mortes
3º Maracanaú – 77 mortes
4º Juazeiro do Norte – 59 mortes
5º AQUIRAZ – 41 MORTES
6º Itaitinga – 38 mortes
7º Eusébio – 32 mortes
Furtos e Roubos também colocam Aquiraz em evidência no Estado
Não bastasse as mortes, Aquiraz também amarga um alto índice de assaltos, ficando em 8º lugar no Estado, em roubo de veículos*, com um índice de 103 roubos e furtos, de janeiro a junho deste ano. Veja números:
Roubos e Furtos de Veículos (janeiro a junho /2013)
1º Fortaleza – não puxamos os números, mas é, também, disparada a mais perigosa
2º Caucaia – 225 roubos e 139 furtos
3º Maracanaú – 233 roubos e 91 furtos
4º Horizonte – 133 roubos e 31 furtos
5º Pacajus – 111 roubos e 34 furtos
6º Juazeiro do Norte – 73 roubos e 71 furtos
7º Eusébio – 88 roubos e 29 furtos
8º AQUIRAZ – 79 ROUBOS e 24 FURTOS
* Considera-se veículo todos os tipos de veículos motorizados (automóvel, motocicleta, caminhão, caminhonete, motoneta etc.)


Esta é apenas uma apresentação da grave situação em que se encontra nossa amada cidade Aquiraz. Ocupar os primeiros lugares em rankings tão horríveis não era o que esperávamos. O que queremos e acreditamos não é que se crie prisões para criminosos, é evitar que eles existam. E tudo começa pela Educação, somada ao sistema público de qualidade, em sua totalidade. Lazer, bons serviços públicos, esportes funcionando pra valer, qualificação da mão-de-obra, profissionalização de alta qualidade, resgate e manutenção da nossa cultura e da nossa história, geração de renda e de empregos, fomentação de projetos sociais comunitários, entre uma série de ações que culminam na não-violência urbana podem e mudam esse terrível panorama. É importantíssimo não esquecermos de um detalhe e abolirmos de vez esse mal invisível e, aparentemente, inofensivo, mas que faz um mal terrível, o PRECONCEITO. É isso!

Por Joaquim Paiva
Cidadão Aquirazense

Fonte: Site da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Ceará

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