sábado, 5 de abril de 2014

Aracati: Fim de barracas causa apreensão no comércio


A notícia de que os 18 barraqueiros alocados na praia de Canoa Quebrada, no município de Aracati, a 150 km de Fortaleza, terão o prazo de apenas 30 dias para serem realocados, pegou aos trabalhadores do turismo de surpresa.
De acordo com o presidente da Associação dos Empreendedores de Canoa Quebrada (Asdecq), Luiz Nogueira, é um prazo muito curto, já que o Governo do Estado e a Prefeitura Municipal de Aracati não deram agilidade ao processo de mudança das barracas naquele trecho do litoral.
Nogueira critica que tanto o Governo do Estado, que em acordo seria responsável pelas obras de estrutura pública da nova área, quanto a administração municipal de Aracati, que teria como prioridade agilizar a desocupação do terreno onde se instalação as barracas, não cumpriram com o combinado durante os últimos três anos, quando o acordo foi firmado.
"Pode ter certeza que tudo o que esta acontecendo agora, a culpa não é dos donos de barraca, porque não podemos iniciar as construções sem o Estado e o Município fazerem sua parte nesse novo local", reclama.
A posição do presidente da Asdecq, em princípio, é tentar ver um meio jurídico de aumentar o prazo e pressionar os governos para que agilizem a liberação dos locais para os donos de barraca. "Senão encontrarmos, não temos outra alternativa. Infelizmente o que nos restará será acatar e permitir que a decisão seja cumprida", lamenta.
O fechamento das barracas acarretaria prejuízos econômicos para Aracati, já que o turismo somente desta praia é responsável por 40% da econômica do município de acordo com o empresário. Os turistas atraído pela bela praia de Canoa Quebrada, pode usufruir de uma estrutura planejada, que atende à demanda por hospedagem, restaurantes, lojas de artesanato e outros setores, que encontram no segmento do turismo novas possibilidades de negócios.
Prejuízos
Nogueira ressalta que se houver a retirada prematura das barracas, sem um outro local para recebê-las, o turismo em todos os segmentos será muito prejudicado. "Desde aquele que vende picolé na praia até o açougueiro, que fornece carne para a comunidade e hotéis, não vão ter para quem vender. Eu disso isso porque passamos por uma situação parecida, em 2010, quando todas as barracas fecharam durante sete dias. Canoa Quebrada parou", recorda.
O fato que o empresário relembra aconteceu em novembro de 2010, por uma ação judicial, determinando o fechamento imediato das barracas e dando o prazo de 30 dias para a remoção. Segundo Nogueira, a decisão foi revogada através de liminar e um novo acordo, agora com prazo de três anos, permitiu que seus proprietários voltassem às atividades normais.
Aguardando
"De lá pra cá, estamos aguardando o poder público se posicionar e executar o que estava no acordo. Nós sabíamos que esse dia chegaria e agora estamos lutando contra o tempo para tentar reverter à decisão", ressalta. O empresário ainda ressalta que este não é um problema só dos barraqueiros, mas é também em nível de Estado, por Canoa Quebrada ser um destino turístico importante para o Ceará.
"Gente do mundo inteiro vem para o Ceará conhecer Canoa Quebrada, por conta disso ela é a segunda praia mais visitada depois de Fortaleza. O Governo do Estado e Prefeitura têm a obrigação de buscar uma solução imediata desse problema. A justiça esta fazendo o papel dela, temos a responsabilidade de fazer a nossa parte, nós como empresários, só poderemos fazer nossa parte se estado e município fizerem a deles", reforça.
Toda a ação foi adotada em decorrência do acidente ocorrido em 25 de fevereiro de 2009, quando um desabamento de falésias da região lesionou três pessoas. A decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE) tem como motivo a constatação do Ministério Público (MP-CE), após procedimento administrativo, de que as estruturas põem em risco a vida dos turistas, consumidores e trabalhadores, pela proximidade com o relevo em processo de erosão e assoreamento pluvial.
A reportagem tentou falar por telefone com a Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Aracati e com o prefeito Ivan Silvério mas as ligações não foram atendidas. A secretária do titular da Secretaria de Meio Ambiente, Turismo e Cultura, Thiago Sales, informou que o mesmo estava em reunião, mas até o fechamento desta edição não houve seu retorno.
Ellen Freitas
Colaboradora
Mais informações:
 
Associação dos Empreendedores
de Canoa Quebrada (Asdecq)
Praia de Canoa Quebrada,
Aracati
Telefone: (88)3421-7387


Fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/regional/fim-de-barracas-causa-apreensao-no-comercio-1.971760

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