quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Atenção Litoral Leste (I): Detentos do Ceará ganham emissora de rádio

Imagem meramente ilustrativa retirada do google imagens
Cerca de 5 mil detentos do Ceará ganharam um canal de comunicação direta com familiares e a sociedade. Desde o início do ano eles têm a oportunidade de ouvir, diariamente, a programação da Rádio Livre, uma emissora criada pela Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado (Sejus) que já atinge seis penitenciárias com programação musical, serviços de utilidade pública, dicas de saúde e de leitura, educação, cultura e orientações jurídicas.
A programação da emissora chega às penitenciárias  da região metropolitana de Fortaleza, de segunda a sexta-feira, das 8 horas às 19 horas, por meio de caixas de som distribuídas nos corredores e pátios das unidades prisionais.
Um dos programas de maior audiência é o “Se Intera” (se liga), um programa de variedades comandado por detento que cumpre pena em regime semiaberto em Fortaleza. No programa, são veiculados “spots” com resumos de novelas, dicas de filmes e serviços de utilidade pública. Às quartas-feiras, o programa tem uma hora de duração e, ao vivo, transmite música, dicas de cultura, recados de parentes e familiares e informações sobre saúde e direito, além de horóscopo .
Aluna do 40 semestre do curso de História da Universidade Federal do Ceará, Cíntia nunca tinha trabalhado em rádio até julho deste ano, quando foi convidada para participar do programa, após ter passado para o regime semiaberto. “Meu único contato com rádio foi quando dei entrevistas por ter sido a primeira interna a usar tornozeleira eletrônica para cursar a faculdade em março de 2012”, explicou a locutora que desde junho cumpre pena no regime semiaberto, por coautoria de homicídio.
Na avaliação de Cíntia, a Rádio Livre é muito mais do que um veículo de entretenimento e tem uma grande importância na ressocialização dos detentos, aproximando-os das famílias. “A rádio foi muito bem aceita em todas as unidades prisionais e se transformou em uma ponte entre a liberdade e o cárcere”. Segundo ela, os quadros do programa com maior audiência, além dos recados dos familiares, são o horóscopo e o resumo das novelas. “Algumas unidades não têm biblioteca, mas eu sempre dou dicas de leitura no programa. O presídio não pode ser um vazio cultural”, completou Cíntia que recebe 75% do valor do salário mínimo pelo trabalho na rádio.





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