segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Pirambebas afastam banhistas da Lagoa do Catu





O aumento no número de pirambebas (uma espécie de piranha) na Lagoa do Catu tem afastado os banhistas do local. O problema já se arrasta há, pelo menos, quatro anos. Governo promete implantar projeto em 2014

 

O cenário é paradisíaco. Cercada por dunas e vegetação, a Lagoa do Catu, em Aquiraz (a 32,3 km de Fortaleza), é um local perfeito para descanso e lazer. Mas a chegada de um visitante inesperado tem tirado o sossego dos banhistas. São as pirambebas (piranhas brancas), que chegaram de “penetra” e estragaram a festa dos frequentadores.

O problema está no fato do peixe atacar os banhistas. No dia 26 de julho, um turista de São Paulo foi vítima das pirambebas do Catu. Paulo Vitor Baptista, 15, decidiu escorregar pelo “insano natural”, uma espécie de tobogã que desce pela duna até a lagoa e é a principal atração do lugar. Assim que caiu na água, o adolescente foi mordido pela piranha.

 

A comerciante Edilene Rodrigues, 47, que mantém uma barraca na beira da lagoa há sete anos, afirma que a espécie de peixe apareceu em 2009. Nesses quatro anos, Edilene viu o número de frequentadores da lagoa despencar. Além disso, por ser carnívora, a pirambeba praticamente extinguiu as outras espécies de peixes no Catu.

 

“A lagoa é o lazer do povo de Aquiraz, só que (muita gente) deixou de frequentar por isso (ataque das pirambebas)”, afirma a também comerciante Anália Correia, 47. Segundo ela, já se tentou fazer um controle do peixe com espécies predadoras, mas o resultado não foi satisfatório.

Pirambeba

O professor doutor do Departamento de Engenharia de Pesca e pesquisador do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da UFC, Hiran Costa, informa que, atualmente, a pirambeba está presente em todas as bacias hidrográficas do Ceará.

Segundo ele, as piranhas da Lagoa do Catu são, originalmente, do açude Lima Campos, em Icó. Através de um canal, elas chegaram ao açude Orós e à bacia do rio Jaguaribe. “Com a construção do Canal do Trabalhador, chegaram à bacia hidrográfica Metropolitana”, conclui.

 

O professor Hiran Costa explica que, no passado, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas(Dnocs) fez um trabalho eficiente de controle do peixe, ao utilizar um composto químico chamado rotenona - proveniente do timbó, que é uma planta amazônica.

 

O professor acrescenta que o uso de predadores biológicos, como o pirarucu e tucunaré comum, também pode ajudar a reduzir a população de piranhas.

 

A pirambeba é um dos três tipos de piranha existentes na América do Sul e o nome científico é serrasalmus brandti. Chegam a ter mais de 20 centímetros, com, no máximo, meio quilo. As outras duas espécies são a piranha preta (que alcança mais de 40 centímetros e chega a pesar 3 quilos) e a piranha vermelha (alcança até 40 cm, com peso médio de 1,5 kg).

Onde

 

ENTENDA A NOTÍCIA

 

A Lagoa do Catu está localizada entre a sede do município de Aquiraz e a Prainha. O aumento no número de pirambebas tem afastado os banhistas do local.

Serviço

Secretaria da Pesca e Aquicultura do Ceará (SPA)

Telefone: (85) 3241 0554

E-mail: spa@spa.ce.gov.br

 
Fonte: http://www.opovo.com.br/app/opovo/cotidiano/2013/08/03/noticiasjornalcotidiano,3104499/pirambebas-afastam-banhistas-da-lagoa-do-catu.shtml

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