Localizado entre os rios Choró e Piranji e suas bocas, tinha como
primeiros habitantes os índios Potyguara e outras tribos
pertencentes ao tronco Tupi como
os Jenipapo-Kanyndé viviam. A
partir do século XVII recebeu as primeiras expedições de portugueses religiosos
e militares que vieram por estas bandas devido os processos de aldeamento e
catequização dos índios e proteção contra os invasões de outros europeus: e
ainda sobreviventes do naufrágio de uma embarcação Portuguesa (segundo a
tradição oral).
Os primeiros registros sobre Beberibe como um
núcleo urbano português dão conta de que a povoação surgiu a partir de uma sesmaria concedida a Manuel Nogueira Cardoso, Sebastião
Dias Freire, João Carvalho Nóbrega e ao Capitão Domingos Ferreira Chaves, em 16
de agosto de 1691.
Mas foi somente no início do século XIX que
houve uma ocupação do local, quando Baltazar Ferreira do Vale, residente no
Riacho Fundo, em Cascavel, e Pedro Queiroz Lima, morador do sítio Mirador, em
Aquiraz, chegaram àquele núcleo.
Baltazar comprou o sítio Lucas, nome
primitivo de um dos distritos de Cascavel, no ano de 1783, e Pedro, na mesma
época, o sítio Bom Jardim. A proximidade favoreceu o relacionamento das duas
famílias. E o sítio Lucas, que oferecia melhores condições de povoamento, deu
início a um importante núcleo do qual originou a cidade de Beberibe.
Antes
de ser conhecido por Lucas, o local recebeu a denominação de Uruanda, nome
atribuído pelos indígenas que ocupavam a região. Beberibe foi o nome com o qual
Brasiliano Ferreira de Araújo registrou as suas terras, adquiridas por 10 mil réis, localizadas onde hoje é a sede do Município. A
preocupação de Brasiliano foi doar a área para a construção da igreja. Inaugurada
em 1875, a igreja impulsionou o crescimento do povoado, já então conhecido por
Beberibe. E em 5 de julho de 1892 foi criado o Município de Beberibe,
pertencente à comarca de Cascavel.
De Município a distrito, e de distrito a
Município, Beberibe teve que conviver diversas vezes com essa mudança, até
novembro de 1951. Naquela data, o então governador Raul Barbosa sancionou a Lei
nº 1.153, que restaurou em definitivo a autonomia do Município, atendendo a
imposição dos ilustres filhos da terra. À frente do movimento, que nasceu em
1946, estava o desembargador Boanerges Facó. No
entanto, somente em 25 de março de 1955 o Município foi oficialmente instalado.
Beberibe conheceu um expressivo
desenvolvimento econômico a partir da implantação de aproximadamente uma
centena de engenhos de cana de açúcar na região.
A riqueza originada da indústria de rapadura local fez com que Beberibe fosse apelidada por
Cascavel e Sucatinga de "Vila Rica".
Uma nova realidade foi percebida pelo
Município a partir da decadência da indústria de rapadura e da falência de
vários engenhos. A denominação de "Vila Rica" deixou de existir e
ficou apenas na memória de quem viveu aqueles tempos.
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